Battisti é transferido para prisão de segurança máxima na Sardenha

Cesare Battisti, escoltado por policiais italianos no aeroporto de Ciampino, em Roma: prisão perpétua no Presídio de Massama | Alberto Pizzoli/AFP

Por razões de segurança, o governo da Itália transferiu o terrorista Cesari Battisti de Roma para o Presídio de Massama, em Oristano, na ilha da Sardenha, onde ele cumprirá prisão perpétua, informou nesta segunda-feira, 14, o ministro de Justiça, Alfonso Bonafede. A transferência envolveu uma operação cinematográfica da polícia penitenciária e demais forças de segurança italianas.

Battisti ficará submetido a isolamento nos seus primeiros seis meses de prisão, na ala de segurança máxima As2, reservada a terroristas, segundo o jornal La Nuova Sardegna. Inicialmente, as autoridades haviam lhe reservado cela na penitenciária de Rebibbia, em Roma.

“Hoje é um momento importante para o povo italiano, particularmente para as famílias das vítimas de Cesare Battisti”, afirmou Bonafede.

O ex-ativista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo foi preso no sábado 12 em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Battisti fora condenado à revelia no início dos anos 1990 pela Justiça da Itália por dois homicídios e pela organização de atos terroristas que causaram a morte de outras duas pessoas. Ambos os crimes ocorreram nos anos 1970, quando era militante do grupo terrorista de extrema esquerda.

Segundo o jornal La Nuova Sardegna, Battisti contratou um novo advogado para defendê-lo na Itália, Davide Steccanella, criminalista de Milão e autor do livro Gli Anni Della Llota Armata (Os anos da luta armada, em tradução livre).

Na época de sua condenação, ele vivia na França. Em 2004, Battisti decidiu mudar-se para o Brasil. Três anos depois, foi preso em uma operação conjunta da Polícia Federal com agentes italianos e enviado para a Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Ali foi mantido até o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negar o pedido de extradição enviado pela Itália, em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu mandato. Battisti foi libertado em 2011.

A sorte de Battisti novamente virou em dezembro passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua prisão e o então presidente Michel Temer concedeu a extradição. O italiano, porém, já havia fugido para a Bolívia. Em 2015, ele já tentara escapar para território boliviano, o que lhe valera processos por lavagem de dinheiro.

Por VEJA