O Banco de Perfis Genéticos do Estado do Amazonas ganhou destaque, novamente, na revista da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), uma publicação nacional que destaca o trabalho de peritos no combate e na elucidação de crimes.
No artigo “Aspectos periciais no combate aos crimes sexuais”, a gerente do Laboratório de Biologia e Genética Forense do Instituto Médico Legal (IML), perita criminal Daniela Koshikene, ressaltou os desafios para apuração dos crimes sexuais e a importância da ampliação e do crescimento do uso do banco de DNAs para elucidação dos casos. O artigo é assinado, ainda, pelas peritas criminais Eloisa Auler Bittencourt e Meiga Menezes.
“O banco permite identificar criminosos seriais, e o estupro é um crime reincidente. Possibilita, ainda, a identificação mesmo depois de decorrido muito tempo, sem a necessidade da vítima se expor durante esse processo. Assim, confronta perfis genéticos de todo o país, provenientes de crimes cometidos em diferentes momentos, resultando em identificação de autores em diferentes estados”, disse a Daniela Koshikene.
Segundo ela, atualmente o banco de perfis genéticos do Amazonas está integrado com os bancos genéticos do restante do país e a publicação demonstra a consolidação dos esforços para reduzir a violência e a impunidade. O banco é coordenado pelo IML, vinculado ao Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC).
“A publicação demonstra a integração entre diferentes órgãos – no Amazonas, em São Paulo e com a Polícia Federal –, além da consolidação dos esforços da perícia na ampliação do uso de ferramentas modernas, como o Banco de Perfis Genéticos, que possam reduzir a violência e a impunidade, evitando, ainda, condenações equivocadas, não raras nesse tipo de crime”, explicou Koshikene.
Perfis – Atualmente, o banco possui mais de 1,2 mil amostras de perfis genéticos. Até o momento, já foram coletados os perfis genéticos de condenados do antigo regime semiaberto e do fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). A medida é um atendimento à Lei 12.654/2012.
Criado em 2011, o banco utiliza um software chamado Codis, que é o mesmo programa usado em 50 países. O banco armazena todos os perfis genéticos relacionados a crimes, a maioria deles considerados hediondos, e tem sua sede nacional situada em Brasília, que concentra os dados genéticos de todos os bancos do país.