BELÉM, PA (G1) — A balsa de garimpeiros avistada no território Xipaya foi apreendida neste sábado (16) no sudoeste do Pará. Indígenas denunciaram a invasão para garimpo ilegal e avisaram autoridades, que se mobilizaram para a região na sexta-feira (15).
Havia sete pessoas na balsa apreendida, sendo dois adolescentes. Os menores estão sob cuidados da Justiça. Os cinco adultos foram levados para a delegacia de Itaituba, também no sudoeste do Pará. Junto da balsa havia também uma draga e uma esteira.
“A balsa não será destruída. Vamos adotar os procedimentos legais para que o equipamento seja destinado a ações de fiscalização ambiental do ICMBio”, informou o delegado.
Apesar da realização de sobrevoos pelo Ibama na área desde sexta-feira (15), a embarcação só foi localizada após fiscalizações com lanchas por afluentes do rio Iriri. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma equipe do ICMBio que identificou a embarcação ilegal.
A invasão de garimpeiros teria ocorrido na tarde quinta-feira (14) na região da aldeia Karimãa, no curso do rio Iriri, no sudeste do Pará, segundo os indígenas. A localidade fica a cerca de 400 km da área central de Altamira. Os garimpeiros estariam armados e com pesado maquinário, de acordo com os relatos.
A polícia não informou se encontrou armas com eles. Não foi informado também o que os ocupantes da balsa disseram e se ficaram presos, nem se todos são garimpeiros ilegais. Também não foi informado se a balsa chegou a ser usada em extração ilegal de ouro na região.
Após a repercussão do caso e a atuação de órgãos competentes, a comunidade indígena ficou mais tranquila com o reforço da segurança na terra indígena, mas as lideranças ainda temem a presença dos garimpeiros.
OAB acompanha o caso
Além do MPF, Ibama, Polícia Federal e a Funai, neste sábado (16) advogado paraense José Neto, membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), chegou em Altamira para acompanhar a situação.
“Precisamos exigir que o poder público fiscalize mais rigorosamente as atividades de garimpo clandestino que, ultimamente, foram totalmente afrouxadas”, disse o presidente da Comissão de direitos humanos da OAB no Pará, José Maria Vieira.
A cacica Juma Xipaya disse, ao denunciar a presença dos garimpeiros, que temia que houvesse conflito entre garimpeiros e indígenas.
Uma nota assinada por entidades ligadas aos grupos indígenas afirma que há “imensa preocupação com mais esse ataque aos territórios indígenas” a partir de “invasão de garimpeiros armados e pesado maquinário nas proximidades da aldeia Kaarimá”.