Ball Cats vai em busca do título da Champions Ligay em Brasília

O Ball Cats se prepara para a maior aventura de sua história: disputar a divisão de acesso do Brasileiro de futebol gay.

Chegou a hora! É agora! O time de futebol Gay, Ball Cats embarca nesta quarta-feira (17) rumo a Brasília para realizar o sonho de disputar a Champions Ligay, o Campeonato Brasileiro de Futebol Gay – divisão de acesso. Se levar o título, o time amazonense conquistará o direito de disputar a divisão de elite no ano que vem.

Fundado no ano de 2014 para a disputa da 1ª Copa Gay de Futebol do Amazonas, o Ball Cats vem se consolidando a cada ano no cenário do esporte LGBTI no Estado e agora se prepara para o maior voo de sua curta, mas arrasadora carreira. Mas chegar até a capital do poder não foi nada fácil!

Depois de varias tentativas frustradas de conseguir apoio do poder público, o time precisou meter a mão no bolso para que o sonho não ficasse de escanteio.

“Juntamos os cartões de credito, fizemos parcelamento. Eu, por exemplo, tirei a minha passagem e de mais dois jogadores. Nós conseguimos também um rapaz que pagou a passagem de um jogador – ida e volta – e os outros parcelaram também. Cada um teve que dar seu próprio jeito para ir. Não recebemos ajuda nenhuma do poder público, apenas dos nossos amigos”, conta Junior Leocadio, o Pedrita, fundador do time e também idealizador da Copa Gay de Futebol.

Resolvida a questão das passagens, o Ball Cats teve ainda que encarar outro problema de última hora. “Nós havíamos conseguido um espaço há mais de um mês para ficar. Quando foi agora, na semana passada, disseram que não iam mais poder receber a gente. Tivemos que correr atrás de um novo alojamento. Graças a Deus um amigo nosso, um empresário lá de Brasília, ficou sensibilizado e cedeu a casa dele, que sequer foi inaugurada. O melhor é que esta casa fica a dez minutos a pé do lugar onde as partidas serão realizadas. Nem vamos precisar pagar Uber”, comemora Pedrita.

Lesão

Pedrita passou por um grande susto na fase de preparação para a Champions Ligay. O time disputou um torneio de bairro – como forma de preparação para a disputa em Brasília -, e nele o craque do Ball Cats acabou sofrendo uma entrada desleal, que lhe causou uma série lesão na perna direita. A fera temeu pela sua participação no torneio, mas, depois de passar por dois ortopedistas, acabou liberado para jogar.

Força física

Sobre os adversários, Pedrita conta que tem poucas informações. “O que eu sei é que eles são grandes e fortes. Mas pode vir grande como for, a bola é jogada no chão”, finaliza.

Preparação mental

O volante Ivan deu a receita para o Ball Cats ter sucesso no torneio em Brasília: a forca mental. Primeiramente precisamos usar o nosso lado mental. O psicológico. “Eles (os rivais) são altos, são fortes, então a gente tem que estar preparado”, receita Ivan, que tem muito da manha boleira, um talento que vem de família.

“Venho de uma família de boleiros. Tenho primos, irmãos, meu pai, todo mundo joga bola na minha família. Então, não poderia ser diferente. Eu amo futebol”, declara. E qual será o time favorito de Ivan? “Flamengo”, diz sem titubear.

Reforço de peso

E para esta grande aventura na capital federal, o Ball Cats vai contar também com um reforço de peso na comissão técnica: Daniel Coelho. Como dirigente, Daniel já tem seu nome escrito na história do esporte LGBTI ao comandar o Grand Prix e Copa do Mundo Gay de Volleyball.

Em entrevista ao Manaus Hoje, Daniel falou dos planos de divulgar o Amazonas no torneio de Brasília e, para isso, ele leva na bagagem uma ideia audaciosa: propor aos organizadores a vinda da Champions Ligay para Manaus.

Daniel falou ainda da explosão do esporte LGBTI em Manaus, que antes tinha apenas o vôlei como sua maior expressão, e, agora, já conta com o futebol em franca expansão e também a queimada.

De acordo com Daniel, num futuro não muito distante, a capital amazonense pode inclusive ter a sua Olimpíada Gay. “A gente vai se organizar para no futuro ser a primeira capital do País a realizar uma Olimpíada Gay”, revela Daniel.

Por A CRÍTICA