Balão de Internet do Google é encontrado por ribeirinhos

O equipamento faz parte do projeto 'Loon', que leva Internet gratuita para comunidades sem acesso à rede mundial. ─ Foto: Ângelo Carvalho/Divulgação

Registrado por câmeras de celular, o encontro inusitado de ribeirinhos da Amazônia com o balão de Internet do Google, no município de Pauini, distante 929 quilômetros de Manaus, movimentou a cidade de 20 mil habitantes na tarde de terça-feira (28).

Encontrado em uma área de mata por técnicos contratados pela gigante das telecomunicações, o balão faz parte do projeto ‘Loon’, que busca inserir moradores de áreas densas como a Amazônia, no circuito mundial de comunicações: a Internet.

De acordo com Ângelo Carvalho, técnico em localização contratado pelo Google, e que liderou os trabalhos de recolhimento do material, o balão teve sua descida coordenada no dia 25 de dezembro, sendo a equipe acionada para reaver o ‘Loon’ ainda na semana do Natal.

Apesar da geolocalização do objeto ter sido divulgada para a equipe, a região de mata fechada onde se encontrava o balão fez atrasar em um mês a retirada do objeto, que contou com a ajuda de ribeirinhos locais.

“Tivemos muita dificuldade para encontrar o objeto, mas já sabíamos a localização. É que o trecho onde ele desceu é de difícil acesso”, contou Ângelo, que complementa: “Algumas pessoas olham e acham que se trata de um Ovni (Objeto Voador Não Identificado, na sigla), mas é só um balão”, ressalta.

O ‘Loon’ navega a uma velocidade de 100km por hora, e consegue ser direcionado à distância. O balão utiliza as correntes de ar, com sua variação habitual que pode ser de 30km por hora, ou até mesmo, 200km por hora, para estabilizar no ar, próxima à região onde existe uma comunidade sem Internet.

Projeto Loon

Oferecendo acesso à Internet na velocidade 4G, uma das mais atuais, o ‘Loon’ nasceu em 2011 e, desde lá, ocupou regiões sem Internet em todos os continentes. No Brasil, a empresa Alphabet, que representa o Google, obteve autorização para oferecer o serviço de maneira gratuita em 2014.

O serviço utiliza informações do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration, na sigla em inglês), para realizar as manobras e ajustar a altitude em uma camada de vento. Após identificar a camada é ajustada a direção. Os usuários do ‘Loon’ se conectam à rede de balões usando uma antena especial de Internet ligada à residência.

O sinal viaja por meio de um balão a outro, em seguida, para uma estação em terra conectada a um provedor de serviços de Internet (ISP).

Ao passo que o ‘Loon’ leva Internet para áreas de difícil acesso, ele também levanta polêmicas por onde passa. Na Nova Zelândia, por exemplo, um balão atingiu a residência de moradores de uma área rural e causou espanto na região, segundo o site de notícias Register, um dos maiores da Oceania.

No Brasil, o serviço precisa informar à Aeronáutica a localização em tempo real dos objetos. A reportagem entrou em contato com o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, comandado pela Aeronáutica, e aguarda um posicionamento do órgão acerca do registro da descida do ‘Loon’ em Pauini.

FONTE: ACRÍTICA