Aviões quase colidem em Chicago

Boeing 737 da Southwest precisou arremeter para desviar de jatinho na pista.

EUA — Na manhã de hoje (25), o Aeroporto Internacional Midway de Chicago, um dos mais movimentados do país e uma das bases operacionais da Southwest Airlines, foi palco de um incidente que poderia ter terminado em tragédia. Um Boeing 737-8 da companhia aérea americana precisou realizar uma arremetida dramática quando estava a poucos segundos de tocar a pista, evitando por pouco uma colisão com um jatinho Bombardier Challenger 350 que cruzava a mesma via de pouso. A cena, capturada em alta definição pelas câmeras do Canal IN 4K Chicago Midway, no estado de Illinois, trouxe à tona preocupações sobre segurança aérea e gestão de tráfego em aeroportos congestionados.

O voo da Southwest, matrícula N8517F, havia partido de Omaha, Nebraska, e estava programado para pousar às 9h02 no horário local. No entanto, quando se preparava para encerrar sua jornada, os pilotos avistaram o jato executivo atravessando a pista principal. Diante do risco iminente, não hesitaram em acionar os motores para ganhar altitude novamente, salvando as 143 almas a bordo — entre passageiros e tripulação — de um desfecho potencialmente catastrófico. O Challenger 350, por sua vez, estava prestes a decolar rumo a Knoxville, Tennessee, mas seu trajeto colocou-o diretamente na rota do gigante Boeing.

Ainda não está claro quem tinha autorização para usar a pista no momento crítico. As investigações iniciais apontam para a possibilidade de um erro humano ou falha de comunicação na torre de controle, cenário que levanta questões sobre como eventos como este podem ocorrer em um aeroporto tão movimentado. Em 2023, Midway registrou impressionantes 22 milhões de passageiros, consolidando-se como o segundo maior aeroporto do estado de Illinois e uma peça-chave na malha aérea nacional. Com a Southwest Airlines respondendo por mais de 90% do tráfego do terminal, qualquer incidente envolvendo a companhia reverbera profundamente.

Esse susto acontece menos de um mês após outro episódio alarmante no espaço aéreo norte-americano. Em Washington, um voo comercial da American Eagle, subsidiária da American Airlines, colidiu em pleno ar com um helicóptero militar Sikorsky UH-60 Black Hawk durante a aproximação para pouso. Apesar do impacto, todos os 60 passageiros e quatro tripulantes do avião sobreviveram, assim como os três ocupantes do helicóptero. Contudo, o incidente serviu como um alerta sobre os riscos crescentes enfrentados pelo setor aéreo, especialmente em áreas com alto tráfego e infraestrutura saturada.

Midway, embora seja uma joia histórica da aviação, carrega consigo desafios modernos. Até a inauguração do Aeroporto Internacional O’Hare, em 1944, ele era o principal terminal aéreo de Chicago. Hoje, desempenha um papel crucial ao atender voos domésticos e regionais, mas sua infraestrutura envelhecida e pistas relativamente curtas tornam-no suscetível a complicações operacionais. Adicionar a isso o fato de que é uma base estratégica para a Southwest Airlines, cuja demanda só aumenta ano após ano, e fica evidente que o equilíbrio entre eficiência e segurança precisa ser constantemente monitorado.

Para muitos passageiros que testemunharam o incidente desta manhã, a experiência foi angustiante. Relatos iniciais indicam que alguns chegaram a sentir o avião inclinar abruptamente durante a arremetida, enquanto outros expressaram alívio ao perceber que o pior foi evitado. “Eu vi pela janela algo pequeno passando rápido abaixo de nós”, disse uma passageira à imprensa local. “Só depois entendi o quão perto estivemos de algo muito sério.”

Enquanto as autoridades aeronáuticas iniciam suas investigações para determinar as causas exatas do incidente, especialistas já pedem revisões urgentes nos protocolos de comunicação e coordenação em aeroportos movimentados como Midway. Para eles, a prevenção é sempre melhor do que remediar, especialmente quando vidas estão em jogo.

Por ora, o caso serve como um lembrete de que, mesmo em tempos de tecnologia avançada e sistemas sofisticados, a aviação ainda depende fortemente da atenção humana e da colaboração entre pilotos, controladores e operadores. E, embora o susto tenha sido apenas isso — um susto —, ele reforça a importância de manter a segurança como prioridade absoluta, garantindo que histórias como esta nunca passem de um susto.