Nesta véspera de ano-novo e da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), as equipes responsáveis pela logística e segurança durante o evento de transmissão de cargo para o próximo mandatário do país acertam os detalhes finais da chamada Operação Posse 2019.
Nesta segunda-feira (31/12), imagens encaminhadas ao site Metrópoles mostram seguranças e atiradores de elite do Exército no alto dos prédios da Esplanada, ajustando a mira de seus equipamentos.
O Congresso Nacional e os palácios do Planalto e do Itamaraty são alguns dos monumentos que abrigarão snipers durante toda a solenidade, a qual começará pouco depois das 14h na Catedral e terminará já à noite, em um coquetel na sede do Ministério das Relações Exteriores. Ali, Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, receberão os cumprimentos das autoridades estrangeiras.
Grupo terrorista
A posse de Jair Bolsonaro foi classificada como uma operação de grau máximo de segurança: além de contar com os atiradores de elite, 12 bases para artilharia antiaérea foram espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. Elas serão usadas como último recurso, caso aeronaves classificadas como hostis invadam a zona de segurança delimitada na Esplanada para a posse.
Vítima de uma atentado à faca durante a campanha eleitoral, Bolsonaro também estaria ameaçado por um grupo terrorista que atua no Distrito Federal, conforme o Metrópoles revelou em primeira mão. Na manhã desta segunda-feira (31), as polícias Federal e Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriram mandados de busca e apreensão em locais supostamente ligados a integrantes do grupo. Foi encontrado manual de como fazer bombas em um dos dois endereços alvejados pela operação.
Os investigadores miram o grupo intitulado Sociedade Secreta Silvestre, que assumiu ter confeccionado um artefato explosivo e colocado o dispositivo próximo a uma igreja de Brazlândia na véspera do Natal (24/12). A organização fez ameaças terroristas à posse do presidente eleito.
A operação deflagrada pela PF e PCDF cumpre sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em Goiás e São Paulo, expedidos pela Justiça do DF. Um dos alvos não foi encontrado no outro endereço de Brasília. O suposto grupo mantém um site chamado Maldição Ancestral, no qual diz estar “em tocaia terrorística contra o progresso humano”. Na página da internet, são disseminadas diversas mensagens de ódio e pregados “o caos e o terror no seio da civilização”.
Chamou atenção da Polícia Civil, que abriu investigação logo depois do Natal, o fato de o grupo ter assumido a autoria do atentado em Brazlândia, inclusive por postar fotos do artefato explosivo antes mesmo de a organização colocar o dispositivo ao lado da igreja. Além de Bolsonaro, eles estariam mirando na futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e no presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o cardeal dom Sérgio da Rocha.