Coordenador indígena é investigado por suposto assédio sexual e uso de cargo público no AM

ATALAIA DO NORTE, AM – Um caso de suposto assédio sexual envolvendo um agente público indígena está sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas. A denúncia foi registrada no último dia 13 de junho e aponta o ex-vereador e atual coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Vale do Javari, Adelson da Silva Saldanha, conhecido como Kora Kanamari, como autor das condutas denunciadas.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima — uma mulher de 32 anos — procurava uma oportunidade de emprego como técnica de enfermagem na Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), quando foi abordada pelo coordenador com promessas de contratação associadas a insinuações de teor sexual.

“O emprego já é seu, mas eu sou a fim de você”, teria afirmado o acusado, segundo consta no relato da vítima.

Conversas e viagem à outra cidade

Após o primeiro contato, o acusado teria mantido conversas via aplicativo de mensagens, nas quais solicitou fotos íntimas, justificando que seriam parte de um “procedimento para contratação”.

Posteriormente, a vítima foi levada para outro município com transporte custeado por Adelson, sob o pretexto de concluir a admissão. Lá, foi submetida a uma situação constrangedora e emocionalmente abalada. No dia seguinte, ela teria sido retirada do local por terceiros e bloqueada nos meios de contato.

Investigação em curso

O caso é investigado pela 50ª Delegacia de Polícia Civil de Atalaia do Norte, sob responsabilidade do delegado Weslei Zarate Morais. A vítima conta com apoio jurídico do advogado Ronaldo Caldas da Silva Maricaua. A tipificação apontada no inquérito pode recair sobre o artigo 215 do Código Penal, que trata de violência sexual mediante fraude.

Tentativas de contato com o acusado

A reportagem tentou contato com o número de telefone atribuído a Adelson da Silva Saldanha, mas não obteve sucesso nas chamadas realizadas. Até o momento da publicação, não houve retorno por parte do acusado ou de sua defesa. O espaço segue aberto para manifestações.

Nota da Redação: O caso segue sob apuração. Reforçamos que o investigado tem direito à ampla defesa e à presunção de inocência, garantidos pelo art. 5º, inciso LVI