Depois de defender uma maior participação federal nas ações humanitárias de acolhimentos aos refugiados venezuelanos, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, recebeu nesta quinta-feira, 22/3, uma comitiva de técnicos do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para tratar sobre a chegada de novos venezuelanos na capital, a partir do próximo mês de abril.
Durante a reunião, realizada no Centro Cultural Palácio Rio Branco, no centro da capital, o prefeito voltou a afirmar que Manaus continua aberta para acolher àqueles que buscam refúgio da crise econômica e social que abala a Venezuela.
“Manaus continua aberta para prestar ajuda a essas pessoas, mas, repito, é preciso um comprometimento muito sério e contínuo do Governo Federal, porque nossa vontade de ajudar é muito grande, mas o meu compromisso primeiro é com o povo de Manaus”, destacou o prefeito. “Nossos recursos são limitados e não seria sensato propor ajuda à outra nação em detrimento ao povo manauara”, concluiu.
Para Niusarete Margarida de Lima, coordenadora do Departamento de Proteção Social Especial do MDS, que integra o comitê federal para interiorização dos refugiados venezuelanos, Manaus se tornou referência pelo trabalho de acolhimento aos imigrantes indígenas venezuelanos e agora é, novamente, uma das cidades na linha de frente para prestar ajuda aos venezuelanos não indígenas.
“Destacamos o protagonismo de Manaus na gestão de receber e organizar o fluxo imigratório, integrando a assistência social com as demais políticas públicas, principalmente, nas áreas de educação e saúde. Agora, com o agravento da situação na Venezuela, sobrecarregou a rede de atendimento em Roraima (RR) e, por isso, a necessidade de mapear outras unidades da federação que possam se unir nessa ajuda humanitária. E Manaus, sem dúvida, é uma das cidades na linha de frente”, afirmou a representante federal.
“O Acnur já reconheceu todo o esforço do prefeito Arthur Neto para acolher os venezuelanos, que mais uma vez se mostra disposto a ajudar, mesmo com as limitações que o município possui e com a necessidade, claríssima, que se tem de um maior apoio do Governo Federal”, complementou Isabel Marquez, representante do Acnur no Brasil.
Desde junho do ano passado, Manaus iniciou o acolhimento de refugiados venezuelanos. Os primeiros a chegar foram os indígenas da etnia Warao. Atualmente, o Município acolhe a 140 indígenas Warao em três casas de acolhimentos mantidas pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), que trabalha no “Plano de Ação Humanitária ao Fluxo de Imigrantes Venezuelanos” para ordenar o acolhimento de novos refugiados e embasar o repasse de verbas federais para auxiliar no atendimento aos imigrantes.
“O prefeito foi muito enfático nesse diálogo com a representante do Governo federal em dizer que Manaus não está fechada para prestar apoio aos venezuelanos, mas temos que nos acautelar com quem aqui mora. O que pedimos é agilidade e continuidade do Governo Federal na liberação de recursos para que se possa prestar essa ajuda aos refugiados”, explicou o secretário da Semmasdh, Elias Emanuel, que leva em conta o atraso nos repasses federais para manutenção das ações de acolhimentos dos indígenas Warao.
Também participaram da reunião, a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro; a subsecretária Operacional da Semmasdh, Jane Moraes; e o membro do Acnur, Sebastian Roa.