HAVANA, CUBA — Em meio à crise de abastecimento energético que assola Cuba, o governo se viu obrigado a tomar medidas drásticas: desligar quase 75% da iluminação pública da ilha. A medida, tomada na última terça-feira (5), visa evitar apagões ainda mais extensos e prejudiciais à população.
As causas da crise são complexas e multifacetadas. O governo cubano, liderado pelo presidente Miguel Díaz-Canel, aponta as sanções impostas pelos Estados Unidos como um dos principais fatores. As sanções, endurecidas durante a gestão do ex-presidente Donald Trump, dificultam a importação de combustíveis, elemento essencial para a geração de energia no país.
Para agravar a situação, a pandemia de Covid-19 afetou drasticamente o turismo, importante fonte de renda para Cuba. A queda no número de turistas resultou em menor receita para o país, dificultando ainda mais a compra de combustíveis no mercado internacional.
Em fevereiro, Alejandro Gil, então ministro da Economia, foi exonerado do cargo. A decisão foi vista como uma resposta do governo à crise energética e à insatisfação popular com os constantes apagões.
Para tentar amenizar a situação, o ministro de Minas e Energia de Cuba, Vicente de la O Levy, apelou à população para um uso mais consciente da energia. Entre as medidas recomendadas estão:
- Aproveitar a luz natural ao máximo;
- Evitar abrir a geladeira muitas vezes;
- Desligar ventiladores e televisores quando não estiverem em uso;
- Usar ar-condicionado apenas após as 22h.
A população cubana, já acostumada a lidar com apagões frequentes, encara a nova realidade com resignação. “Sempre complicam o trabalho diário. Líquidos e carnes sofrem com o descongelamento em geladeiras”, relata um cidadão cubano.
A crise energética em Cuba é um reflexo dos desafios que o país enfrenta. A busca por soluções alternativas de geração de energia, a diversificação da matriz energética e a redução da dependência de combustíveis fósseis são medidas essenciais para garantir um futuro mais sustentável e com menos apagões para a ilha caribenha.