Um americano de 33 anos completou na quarta-feira (26) um feito inédito na Antártida. Colin O’Brady atravessou o continente a pé, sozinho e sem ajuda, em uma aventura que durou 54 dias e mais de 1,6 mil quilômetros.
Originário do estado de Oregon, ele anunciara sua empreitada em 18 de outubro, em seu canal no YouTube. “Eu me preparei. A minha mente, o meu corpo e o meu espírito”, havia dito. “Uma viagem de mil milhas em um território congelado. Esse projeto é dedicado a qualquer um que pense que seus sonhos são impossíveis”.
O ex-atleta foi acompanhado por um GPS, e todos os detalhes de sua aventura foram publicados diariamente no site olinobrady.com. Equipado com todos os aparatos necessários, Colin carregava um pulk, espécie de trenó nórdico, que transportava cerca de 180 quilos.
Em 1996, um explorador norueguês chamado Borge Ousland atravessara a Antártida sozinho. Entretanto ele contava com a ajuda de um “parafoil”, similar a um parapente. Outros aventureiros tiveram a mesma ambição, mas alguns desistiram e tiveram de retornar, enquanto o coronel britânico Henry Worsley morreu, em 2016, no meio da travessia.
O’Brady iniciara sua missão em 3 de novembro e terminou a viagem 54 dias depois, em 26 de dezembro. Durante seu café da manhã de Natal, o explorador decidiu cruzar os 125 quilômetros que faltavam de uma só vez. “Enquanto esquentava a água para meu mingau, me veio essa pergunta quase impossível”, escreveu no Instagram. “Estava arrumando minhas botas, e esse plano impossível se tornou um objetivo concreto”, contou.
32 horas e 30 minutos depois, sem dormir, Colin chegou a seu destino. O jornal americano “The New York Times” descreveu a empreitada como “uma das mais extraordinárias da história polar”. Esse não foi o primeiro recorde do aventureiro, que, em 2016, escalou os montes mais altos dos sete continentes, incluindo o Everest, em 132 dias e se tornou o mais rápido “escalador dos sete cumes”.