A Âmbar Energia, do Grupo J&F, assinou um termo de transferência de controle da Amazonas Energia, distribuidora responsável pelo fornecimento elétrico no estado do Amazonas. O processo foi aprovado de forma monocrática pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, em cumprimento a uma decisão judicial, mas ainda depende de uma estabilização judicial até o fim de dezembro.
A operação, facilitada por uma medida provisória do governo Lula, enfrenta resistência dentro da própria Aneel. A área técnica da agência e alguns diretores questionam a capacidade financeira e técnica da Âmbar para resolver os problemas estruturais e financeiros da Amazonas Energia, que acumula dívidas de mais de R$ 11 bilhões. A transação pode impactar os consumidores de todo o país, com um custo estimado de R$ 14 bilhões a ser repassado às contas de luz nos próximos anos.
Apesar dos desafios, a Âmbar afirma que o acordo permitirá melhorias nos serviços prestados à população local e que fará aportes de até R$ 8,5 bilhões para reduzir a dívida da distribuidora em 2024. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem sido um defensor público do negócio, argumentando que a intervenção do governo federal seria a única alternativa caso a venda não se concretize.
A Amazonas Energia enfrenta dificuldades como altos índices de furto de energia, inadimplência e custos operacionais elevados, que poderiam ser cobertos por subsídios repassados aos consumidores do país ao longo dos próximos 15 anos. A Âmbar aguarda a resolução judicial para assumir o controle da distribuidora e garantir melhorias no fornecimento de energia no estado do Amazonas.
