Amazônia em chamas: quem lucra com a destruição ilegal?

Especialistas alertam que a destruição da floresta compromete não apenas a biodiversidade local, mas também o equilíbrio climático global.

AMAZÔNIA — As queimadas na Amazônia voltaram a preocupar autoridades e especialistas. Novos dados confirmam que grande parte dos focos de incêndio têm origem criminosa — uma prática usada de forma estratégica para acelerar o desmatamento em áreas de floresta primária.

Segundo analistas ambientais, os incêndios são provocados intencionalmente para “limpar” o terreno e facilitar a ocupação irregular. Após o fogo, maquinários entram em ação para converter a área devastada em pastagens ou plantações. O processo é rápido, eficaz e, muitas vezes, passa despercebido pela fiscalização.

O cenário é grave. Comunidades indígenas estão sendo diretamente afetadas, com perda de território, aumento da violência e riscos à saúde provocados pela fumaça. Em algumas regiões, o ar tornou-se irrespirável, e os incêndios ameaçam reservas naturais e unidades de conservação.

Relatórios indicam que milhares de hectares já foram consumidos pelas chamas em 2025, com aumento expressivo em áreas protegidas. Especialistas alertam que a destruição da floresta compromete não apenas a biodiversidade local, mas também o equilíbrio climático global. A Amazônia é considerada um dos principais reguladores de chuva no continente sul-americano.

Apesar da gravidade, a resposta institucional ainda é limitada. Fiscalizações ocorrem de forma pontual, e os cortes orçamentários reduziram a capacidade de monitoramento em tempo real. Enquanto isso, cresce a pressão internacional contra produtos ligados ao desmatamento.

Organizações ambientais defendem ações urgentes, como o fortalecimento da fiscalização, maior transparência na cadeia produtiva e apoio às populações tradicionais. Também destacam a importância de o consumidor ter acesso à origem dos produtos que consome, para evitar que estejam associados à destruição ambiental.

A crise na Amazônia é urgente e exige mobilização. Proteger a floresta é preservar vidas, culturas e o futuro climático do planeta.