Aluna é expulsa de sala com filho de dez meses e colegas protestam

Alunos reunidos em frente a Escola Estadual Vasco Vasques, na zona leste de Manaus ─ Foto: Yago Frota

Alunos da Escola Estadual Vasco Vasques, na Rua Nova Esperança, 474, bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital, realizaram, na manhã desta segunda-feira (11), uma manifestação, em frente a unidade de ensino, contra um coordenador que expulsou uma estudante de dentro de sala de aula por ela estar com a filha de dez meses no colo.

Um vídeo, que circula nas redes sociais desde a última sexta-feira (8), mostra o momento em que um coordenador obriga a aluna a sair da sala por estar com uma criança no colo. As imagens, registradas por um estudante, ‘viralizaram’ na internet.

A dona de casa Joyce Guedes, mãe de uma estudante, disse se sentir “revoltada” com a atitude do coordenador. “Eu me sinto revoltada. Fui mãe nova, estudei nesse colégio e saí em 2002. A gestão não era assim, eu tinha apoio. O colégio era acolhedor. Hoje, você vê situações em que as pessoas te tratam como se você não fosse nada”, disse ela.

Joyce falou, ainda, que até agora não haviam explicado o fato. “Não tem como se sentir bem em um colégio como esse. É uma vergonha. Os professores podem até não ganhar bem, eu reconheço. Enquanto um político ganha bem, um professor ganha um salário de vergonha, mas enquanto está trabalhando precisa dar o seu melhor”.

A coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM), Laide Barros, ressaltou que a escola deveria ser “um ambiente acolhedor, mas se tornou um local de opressão e humilhação”. “A aluna foi impedida, humilhada e obrigada a sair da sala. Esse profissional não está preparado pra lidar com estudantes. Essa ação infringe o Artigo 205 da Constituição que diz que é dever de todos ter direito à Educação, todos devem ter acesso à Educação”, destacou Laide.

Para ela, ser mãe não é empecilho. “Ser mãe não é empecilho para que estudante possa estudar. Imagina quantas jovens passam por isso? Ser mãe é uma função social, ela está gerando um outro ser humano, gerando uma pessoa, não pode ser condenada por isso. A pessoa está indo à sala de aula buscar conhecimento para que tenha uma melhor perspectiva de vida e de futuro”, finalizou.

Por D24AM