A proibição de canudos plásticos no Amazonas está em debate na Assembleia Legislativa do Estado. Conforme Projeto de Lei apresentado na última sexta-feira, bares, restaurantes, hotéis, padarias e similares não irão mais poder fornecer aos clientes esse tipo de material sob pena de multa de até R$ 1 mil.
A autoria da matéria é do deputado Serafim Corrêa (PSB) seguindo um modelo parecido com o sancionado em São Paulo desde junho. No dia 16 de outubro, o estado paulista regulamentou a lei, que é fiscalizada pelo Procon. Segundo a assessoria do parlamentar, o PL 688, da ALE-AM, também terá o Procon como órgão de controle, caso aprovado, e dá 12 meses para o Executivo regulamentar a lei.
Entidades de representação da categoria receberam a proposta com divergências. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Amazonas, Gerson Almeida, disse que a posição a favor da preservação ambiental é mais necessária que nunca.
“Somos favoráveis por entendermos que a preservação vem acima de tudo, apesar de ser uma coisa tão ínfima na nossa realidade. Acho que o deputado deveria estar preocupado com coisas mais calamitosas. Há de convir que uma capital da selva amazônica deveria ter uma estrutura maior de preservação”, avaliou.
Já o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amazonas (Abrasel), Fábio Cunha, criticou a medida no sentido de proibir o consumo do item, mas não investir na reciclagem do plástico na cidade. Além disso, o executivo observou que o consumidor deve ter a liberdade de escolher estabelecimentos “amigos da natureza”.
“Acreditamos que o cliente não deve escolher um lugar que por pena dura da lei não agride o meio ambiente. Por que ao invés de parar o consumo, não investe mais na reciclagem? Manaus só recicla 2% do seu lixo. Não é através de regulamentação que se tem o desenvolvimento. Isso só estimula mais a informalidade”, opinou.
O texto de Serafim se soma ao PL do deputado Dermison Chagas (PP) na redução dos canudos plásticos. Submetido no ano passado, o PL 108/2018 prevê a substituição também de copos por produtos biodegradáveis. Os dois esperam parecer da CCJ.