
GOIÂNIA, GO – A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI) de Goiânia, deflagrou nesta terça-feira (1º) a Operação Indignus, culminando na prisão em flagrante de um advogado de 58 anos. Ele é acusado de maus-tratos, abandono de incapaz, abandono em hospital e exploração financeira contra sua própria mãe, uma idosa de 85 anos, em condições desumanas.
A investigação teve início após denúncia de uma assistente social do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) Jardim América, que encontrou a idosa abandonada na unidade de saúde em estado gravíssimo. A vítima estava completamente desnutrida, com lesões pelo corpo, suja de fezes e urina, além de apresentar dificuldades para respirar e ausência de lucidez para se comunicar. Sem identificação inicial, a equipe policial contou com o apoio de papiloscopistas da Superintendência de Identificação Humana da PCGO para identificar a idosa e localizar seus possíveis familiares.
Com base nas informações obtidas, os agentes chegaram ao endereço do suspeito, um advogado residente no Setor Oeste. Ao ser abordado, ele afirmou cuidar da mãe da melhor forma possível e justificou o abandono no hospital como uma medida temporária, prometendo visitá-la posteriormente. Contudo, a inspeção realizada no apartamento revelou a ausência de alimentos básicos, evidenciando a negligência.
Conduzido à DEAI, o advogado teve sua prisão ratificada, com o procedimento acompanhado por dois representantes do Conselho de Ética e Prerrogativas da OAB Goiás. Este é o segundo episódio em que ele é preso pelos mesmos crimes. A idosa, pensionista de um magistrado, teve grande parte de seus proventos comprometidos por empréstimos fraudulentos feitos pelo filho detido, configurando exploração financeira.
O outro filho da vítima, residente em São Paulo, ao tomar conhecimento dos fatos, assumiu o compromisso de viajar para Goiânia, arcar com os custos do tratamento médico da mãe e solicitar sua curatela. Enquanto isso, a operação reforça o papel da PCGO/DEAI no combate aos crimes contra idosos, garantindo proteção e dignidade a essa população vulnerável.
O caso chama a atenção para a importância de denúncias e a necessidade de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento à violência contra idosos, especialmente em situações de dependência e vulnerabilidade extrema.