Há três anos sofrendo agressões e tentativas de abuso sexual, uma adolescente de 16 anos procurou, na manhã desta quarta-feira (22), o Conselho Tutelar da Zona Leste de Manaus para denunciar a mãe e o padrasto. O caso foi divulgado à imprensa hoje, na sede da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), no bairro Planalto, Zona Centro-Oeste. A jovem chegou acompanhada de um tio de 29 anos e do conselheiro tutelar Hildo Almeida
Segundo Almeida, a jovem relatou que há três anos passou a morar com a mãe, uma mulher de 32 anos, no bairro Armando Mendes, Zona Leste de Manaus. Antes disso, a vítima morava com a avó em Óbidos, no Pará (PA).
Nesse período, a jovem passou a sofrer violência doméstica, agressões físicas e psicológicas por motivos fúteis. Por conta disso, ela decidiu procurar apoio do Conselho Tutelar para denunciar as agressões da genitora.
Durante a convivência com a mãe, o padrasto da vítima, um homem de 34 anos, passou a aliciá-la. Conforme relato da adolescente, o suspeito pegava em suas partes íntimas e tentou, por várias vezes, estupra-la com o uso da força. O aliciamento teve início há um ano.
Conforme Almeida, em depoimento, a adolescente – que está no 9° ano do ensino médio de uma escola da rede pública estadual – disse que chegou a contar para a mãe sobre os abusos, porém foi ignorada e, em seguida, punida com agressões.
“Por conta dessas agressões e abusos, a jovem começou a se mutilar cortando os braços e pernas na tentativa de chamar atenção da mãe, mas de nada adiantou a revolta”, disse o conselheiro ao Em Tempo.
Após a denúncia da filha, a mulher começou a receber presentes do companheiro, inclusive um carro, para não denunciar o caso à polícia.
“Além de agredir a filha, a mãe sabia dos abusos e resolveu não denunciar o caso. A mãe é conivente no caso. Vamos encaminhar esse crime para Justiça e cobrar o indiciamento do casal”, finalizou Almeida.
Na manhã desta quarta, a jovem está sobre a proteção do Conselho Tutelar da Zona Leste. O caso foi apresentado na Depca, onde a delegada titular Joyce Coelho conduzirá as investigações.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados para preservar a identidade da vítima, que é menor de idade e, por isso, é protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
