Adolescente de 14 anos morre após injetar líquido de borboleta na perna

Após a morte, o pai do garoto encontrou a seringa mencionada por Davi debaixo do travesseiro.

BAHIA — Um adolescente de 14 anos, identificado como Davi Nunes Moreira, morreu em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, após injetar uma mistura de água e restos de borboleta na própria perna. O caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil, chamou a atenção para os riscos de manipular fluidos biológicos de insetos. Davi faleceu no dia 12 de fevereiro, um dia após ser internado no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC).

Revelação e Mistério

Segundo o pai do jovem, antes de sua morte, Davi confessou à equipe médica que havia esmagado uma borboleta, misturado seus restos com água e utilizado uma seringa para injetar o líquido na perna. Ele não explicou os motivos de tal ação. Após o óbito, o pai encontrou a seringa mencionada pelo filho debaixo do travesseiro. O velório e enterro ocorreram na sexta-feira (14). A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que não pode divulgar detalhes sobre o caso, seguindo orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Especialistas Apontam Riscos de Infecção

De acordo com especialistas, o principal risco ao injetar substâncias desconhecidas não está nas toxinas das borboletas, mas na possibilidade de infecções graves. Marcelo Duarte, professor do Museu de Zoologia da USP, explicou que as borboletas podem carregar compostos tóxicos, mas estes geralmente não causam danos graves à saúde humana. No entanto, a injeção de líquidos não esterilizados pode levar a infecções generalizadas, reações alérgicas severas e até complicações fatais.

Investigação em Andamento

O caso foi registrado na Delegacia de Planalto, cidade onde o adolescente residia. O delegado Roberto Júnior afirmou que aguarda o laudo cadavérico para determinar as causas da morte. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) tem até 10 dias para concluir os exames. André Victor Lucci Freitas, coordenador do Laboratório de Borboletas da Unicamp, sugeriu que a morte tenha sido causada por uma infecção grave, provavelmente resultante da contaminação do líquido injetado. Especialistas alertam que insetos podem transportar patógenos, aumentando os riscos de complicações fatais.