Adail Filho e Mayara Pinheiro são alvos de operação contra corrupção

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O Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) deflagrou na manhã de quinta-feira (26) operação em Manaus e Coari contra esquema de corrupção que desviou, pelo menos, R$ 100 milhões. Um dos alvos é o prefeito do município, Adail Filho (PP). Há um mandado de prisão com ele.

Foram expedidos quatro mandados de prisão temporária e 70 mandados de busca pessoal e de busca e Apreensão, cumpridos em domicílios, órgãos públicos e em sedes de empresas.

Está entre os alvos de busca e apreensão a deputada estadual Mayara Pinheiro (PP) – irmã do prefeito. Mayara foi a parlamentar mais votada do Amazonas. A assessoria de comunicação dela informou que não há um posicionamento oficial sobre a ação até o momento.

Ao G1, o prefeito de Coari afirmou que “prontamente se colocará à disposição da justiça pois tem total interesse em esclarecer cada sombra de dúvida que nesse momento são postas sobre sua administração”. Segundo ele, as acusações são graves, mas disse que prestará todos os esclarecimentos desejados pela justiça.

As investigações – que levaram mais de 18 meses – apuram situações que aconteceram durante os anos de 2017 e 2018. Os valores envolvem, segundo o MPAM, fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados.

As medidas judiciais foram deferidas pela Desembargadora-relatora e estão sendo cumpridas na data de hoje, diante das provas e demais elementos de informação já existente, até o momento, os quais dão conta de:

  • Existência de sobrepreço nas contratações da Prefeitura de Coari;
  • Adjudicação frequente para as mesmas empresas;
  • Adjudicação para empresas recém constituídas;
  • Ajuste entre licitantes para fraudar o caráter competitivo das licitações;
  • Tentativa de afastar licitantes mediante oferecimento de vantagens;
  • “Apadrinhamento” de empresas por parentes e pessoas ligadas ao Chefe do Executivo para direcionamento do resultado de licitações e concessão de preferência na ordem dos pagamentos;
  • Retenção arbitrária de pagamentos para induzir oferecimento de vantagens;
    Realização de pagamentos em montante superior aos serviços executados;
  • Utilização dos procedimentos licitatórios e dos sobrepreços nas contratações para geração de recursos para custeio de vantagens indevidas.

A Operação Patrinus contou com a atuação de quatro Promotores de Justiça e mais de 160 policiais, além de quatro técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU), e contou com a força policial cedida pela Delegacia-Geral da Polícia Civil do Estado do Amazonas.

Por G1