A prisão salvou a vida da mãe e do irmão de Djidja Cardoso, afirma defesa

A prisão aconteceu dois dias após a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido.

O advogado de Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, afirmou que a prisão preventiva os “salvou da morte”. A família é investigada por tráfico de drogas e outros crimes em um grupo religioso. Djidja morreu na terça-feira (28) por suspeita de overdose.

Advogado Vilson Gomes Benayon Filho disse ao UOL que a mãe e o irmão de Djidja faziam uso prolongado de drogas. “Eles são extremamente dependentes químicos, não tinham condições psicomotoras de se locomover”, afirmou. Os mandados de prisão ocorreram na quinta-feira (30), e na sexta-feira (31), ambos passaram pela audiência de custódia.

Cleusimar e Ademar teriam se apresentado na delegacia como Maria e Jesus, diz advogado. “A mãe de Djidja se identificou como Maria, mãe de Jesus, e disse que o filho era Jesus, eles não tinham noção. Isso aconteceu logo depois da prisão, entrei na sala e eles falaram isso”, afirma Benayon Filho. “Eles também convidaram o delegado para experimentar, tomar conhecimento da espiritualidade.”

Advogado diz que ainda não tomou conhecimento do inquérito policial. “Não posso antecipar porque não existe inquérito policial, tudo são suposições”, afirma. “A forma como a polícia encontrou eles na casa foi extremamente degradada, eles estavam se matando, estavam muito debilitados.”

Defesa de Cleusimar e Ademar quer tratamento clínico para os dois. “Nossa principal questão hoje é a abstinência deles. Solicitamos condições de tratamento”, afirma o advogado. “Pedimos o toxicológico e a internação dos dois em uma clínica de reabilitação. Eles foram atendidos na enfermaria do complexo prisional em crise de abstinência.” Segundo Benayon Filho, eles fazem uso de substâncias entorpecentes há aproximadamente um ano.

Advogado diz que mãe e irmão de Djidja faziam uso próprio de drogas. O delegado responsável pelo caso, Cícero Túlio, diz que o grupo religioso atuava em parceria com uma clínica no bairro Redenção, em Manaus. Segundo ele, o estabelecimento oferecia cetamina e outras substâncias para a família de Djidja sem qualquer controle.

Linha de defesa da família de Djidja Cardoso ainda não foi apresentada. O advogado afirmou não ter mais informações sobre as investigações. “A linha de defesa só será apresentada a partir do momento que tomarmos conhecimento das peças do material policial.”