A pedido do MP, Justiça arquiva inquérito de delegado desaparecido em Coari

Thyago desapareceu às margens do Rio Solimões, no dia 5 de dezembro de 2016, após sair para patrulhamento em comunidade ribeirinha do município

MANAUS – A Justiça do Amazonas acatou o pedido do Ministério Público (MP-AM) e decidiu pelo arquivamento do inquérito policial instaurado para apurar o desaparecimento do delegado da Polícia Civil Thyago Pereira Garcez Bastos, à época com 30 anos.

A decisão, assinada pelo juiz Fabio Lopes Alfaia, foi publicada na última quarta-feira (4), três anos após o desaparecimento, ocorrido na manhã de 5 de dezembro de 2016, às margens do Rio Solimões, na zona rural de Coari (distante 362 quilômetros de Manaus).

Segundo o MP, a ausência de provas de materialidade e indícios de autoria não possibilitam a continuação do inquérito policial. “Desse modo, apesar do alto grau de reprovabilidade dos fatos, os quais estão relacionados com as organizações criminosas que atuam no tráfico internacional e atua com a ‘pirataria’ nos rios, responsáveis pela prática de diversos crimes nesta Comarca, não é possível, ao menos nesta oportunidade, o oferecimento da denúncia”, esclareceu o órgão.

Durante o processo de andamento da ocorrência, o órgão salientou, ainda, sobre o arquivamento do processo. “Diante disso, o Ministério Público pugna pelo arquivamento destes autos em razão da ausência de indícios mínimos de autoria e da inexistência de novas diligências, que podem ser feitas pela Autoridade Policial, sem prejuízo de que, em caso de surgimento de novas provas, seja proposta a ação penal, conforme entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em seu enunciado de súmula n. 524”, concluiu o órgão.

Entenda o caso

De acordo com o inquérito policial, Thyago solicitou apoio à Polícia Militar e formou uma equipe para apurar a notícia de um furto de uma lancha, ocorrido dias antes, no Lago de Coari. A equipe contava com o investigador da PC Fabrício Negreiros do Couto Martins, o capitão da PM Harison Silva de Queiroz, os soldados Julivan Freitas Pinho e Gerlen dos Santos Rocha, além dos civis Arnaldo Júnior Guimarães Mitouso e Antônio Ferreira Maia, conhecido como “Brás”, que eram auxiliar e piloto responsáveis por conduzirem a equipe.

Durante patrulhamento, os policiais pararam em uma comunidade ribeirinha e receberam informações de que uma lancha azul e branca passara pelo local com três indivíduos que, supostamente, estariam transportando substâncias entorpecentes. Ao se depararem com a embarcação, houve intensa troca de tiros e dois suspeitos fugiram rumo ao centro da floresta.

A equipe teria, então, se separado. Trhyago não conseguiu fugir e foi rendido pelos supostos traficantes. Desde então, não se tem mais notícias do delegado.

Por ACRÍTICA