
PORTO ALEGRE, RS — Em um discurso polêmico na Câmara Municipal de Porto Alegre, a vereadora Karen Santos (PSOL) defendeu a regulamentação do tráfico de drogas, retratando traficantes como “trabalhadores megaexplorados” vítimas de desigualdades sociais. A declaração, registrada em vídeo que viralizou nas redes, veio em reação a uma megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV), que deixou mais de 100 mortos e dezenas de prisões.
Santos argumentou que drogas ilícitas deveriam ser tratadas como remédios controlados, álcool ou cafeína, propondo: “Para acabar com o comércio ilegal, regulamos tudo – do plantio à distribuição”. A ação no RJ, uma das mais letais da história recente, resultou na apreensão de toneladas de entorpecentes e fuzis em favelas cariocas. Autoridades fluminenses celebraram o “golpe decisivo” contra o crime organizado, mas o presidente Lula expressou “surpresa e preocupação” com o saldo de mortes.
"As pessoas que plantam, que embalam e fazem o traslado, até chegar no varejo, lá na ponta, na biqueira, são trabalhadores megaexplorados”, disse a vereadora do PSOL.
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Críticos, incluindo o governador Cláudio Castro (PL), acusaram a parlamentar de romantizar o crime, que ignora vítimas de homicídios e violência urbana. No Amazonas, investigações ligam mortos da operação a massacres em Manaus, com prisões adicionais em Salvador, Fortaleza e Recife. A Defensoria Pública recorreu ao STF por transparência nas perícias.
O episódio reacende o debate sobre repressão versus reforma: punir ou incluir? Enquanto o PSOL defende políticas de redução de danos, forças de segurança insistem na “mão dura”. O vídeo acumula milhões de visualizações, polarizando opiniões em um Brasil marcado por 50 mil homicídios anuais.


