
SÃO PAULO — Uma iniciativa inovadora em Campinas, São Paulo, promete revolucionar o combate à dengue, zika e chikungunya. Uma nova fábrica da Oxitec está prestes a iniciar a produção semanal de mais de 190 milhões de mosquitos Aedes aegypti. Estes insetos serão portadores de uma bactéria específica, a Wolbachia, que age como um bloqueador natural da transmissão de vírus, impedindo que se desenvolvam no mosquito. Este método, já endossado pela Organização Mundial da Saúde, é uma esperança para a saúde pública no Brasil.
Tecnologia Segura e Sustentável Chega ao Brasil
A tecnologia empregada é considerada segura por especialistas, uma vez que não envolve modificações genéticas nem o uso de produtos químicos. A bactéria Wolbachia, presente naturalmente em cerca de 60% dos insetos, é introduzida nos mosquitos Aedes aegypti em laboratório. Uma vez liberados no ambiente, esses mosquitos “do bem” se reproduzem com a população local, disseminando a Wolbachia e, consequentemente, reduzindo a capacidade de transmissão de doenças como dengue, chikungunya, zika e até febre amarela.
Estratégia de Longo Alcance para Proteção Nacional
A estratégia prevê que os mosquitos com Wolbachia sejam soltos gradualmente em diversas regiões do país. A expectativa é que, com a reprodução contínua, a bactéria se espalhe de forma eficaz, diminuindo significativamente a incidência das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Em um ano, com a produção semanal de 190 milhões de mosquitos, a iniciativa almeja proteger cerca de 100 milhões de pessoas em todo o Brasil.
Ambição Global: Proteger Bilhões até 2040
O projeto não se limita ao território nacional. A ambição é expandir o alcance dessa tecnologia e, até 2040, proteger um bilhão de pessoas globalmente. Com a maior fábrica de mosquitos do mundo em Campinas, o Brasil se posiciona na vanguarda do combate a arboviroses, oferecendo uma solução inovadora e sustentável para um problema de saúde pública que afeta milhões.


