ESPÍRITO SANTO — Um parto normal de um bebê de 6,5 kg, ocorrido em Colatina, no Espírito Santo, está sendo investigado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). A auditoria, aberta nesta quarta-feira (8/10), foi instaurada para apurar as circunstâncias do nascimento, que resultou em complicações graves tanto para o recém-nascido, Alderico, quanto para sua mãe, Ariane Borges, de 39 anos .
O parto, que aconteceu em 9 de agosto, deixou sequelas. O bebê teve o ombro deslocado durante o nascimento, ficou cinco minutos sem respirar e sofreu uma lesão no plexo braquial, que controla os movimentos dos braços. Ele precisou ficar dez dias internado na UTI Neonatal e a família foi orientada de que ele precisará de fisioterapia. A mãe, por sua vez, sofreu uma hemorragia e precisou levar 55 pontos após o parto .
De acordo com o relato da família, Ariane chegou ao hospital com 42 semanas de gestação e com uma orientação médica prévia para realizar uma cesárea. No entanto, a equipe do hospital decidiu induzir o parto normal. A mãe lembra que o médico disse: “Se você já ganhou oito [filhos] de parto normal, esse é mole para a senhora”. Cerca de dez profissionais se mobilizaram para o procedimento .
Em nota, o Hospital e Maternidade São José, onde o parto ocorreu, defendeu a conduta da equipe. A instituição alegou que um ultrassom de referência, realizado em julho, estimava o peso do bebê em 3,45 kg, considerado normal. O hospital afirmou que a opção pelo parto normal se baseou no histórico da paciente, que já teve oito partos normais anteriores, e que a família não manifestou interesse pela cesárea .
A investigação da Sesa deve ser concluída em um prazo de até 60 dias. Enquanto isso, Alderico, que hoje tem quase dois meses de vida, já pesa aproximadamente 10 kg. A família, que tem nove filhos e enfrenta dificuldades financeiras, tem recebido doações para ajudar com os cuidados do bebê .
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