Bolsonaristas articulam proposta para salvar mandato de Eduardo

O parlamentar recebeu 11 votos a favor e 7 contra na Comissão de Ética

BRASÍLIA, DF — Parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro elaboraram uma estratégia para permitir que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continue exercendo seu mandato parlamentar — inclusive votando — mesmo estando fisicamente nos Estados Unidos. A proposta foi levada ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o objetivo de emplacá-lo no cargo de líder da minoria, o que lhe daria direito a votar remotamente.

A ideia é usar como base um precedente de 2015, adotado durante a presidência de Eduardo Cunha, que isentava membros da Mesa Diretora e líderes partidários de justificar faltas ao plenário, “em razão da natureza de suas atribuições”. A exceção foi originalmente proposta pela então deputada Mara Gabrilli e ampliada posteriormente para incluir ex-presidentes da Casa e presidentes nacionais de partidos.

Como Eduardo Bolsonaro atualmente não ocupa cargo de liderança, a regra não se aplicaria automaticamente a ele. Mas, se a indicação for aprovada e ele assumir a liderança da minoria, poderá permanecer no exterior por tempo indeterminado e participar das votações à distância — inclusive em temas sensíveis, como o projeto de anistia, que pode ser votado já nesta quarta-feira (17).