Diego Ventura é considerado foragido após romper tornozeleira

A cinta eletrônica foi rompida na residência do foragido, em Campos dos Goytacazes.

JUSTIÇA — Diego Dias Ventura, condenado a 14 anos de prisão por sua participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, voltou ao foco das autoridades após um mandado de prisão ser expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O motivo é a fuga do condenado, que permanece em local “incerto e não sabido” depois de romper a tornozeleira eletrônica que monitorava seus passos.

Ventura, identificado como uma das lideranças do acampamento bolsonarista montado em frente ao quartel do Exército em Brasília, foi sentenciado em julho pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano a patrimônio público tombado e associação criminosa armada. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro informou que a tornozeleira eletrônica foi rompida na residência do foragido, em Campos dos Goytacazes, e que a bateria do equipamento expirou no dia seguinte. O STF foi comunicado sobre o incidente em 6 de agosto.

O dispositivo eletrônico fazia parte de uma série de medidas cautelares determinadas por Moraes, incluindo a obrigação de Ventura se apresentar à Justiça toda segunda-feira. No mandado de prisão, o ministro enfatiza que a ação configura uma tentativa deliberada de fuga e desrespeito às decisões do Supremo, evidenciando “completo desprezo” pelo tribunal. Até o momento, a defesa do condenado não se pronunciou.

Diego Ventura já havia chamado atenção das autoridades em operações anteriores. Em julho de 2023, ele foi alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, e anteriormente, em dezembro de 2022, foi detido a caminho do STF junto com outros apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando foram apreendidos estilingues, facas e rádios comunicadores. Ele também mantinha proximidade com Ana Priscila Azevedo, condenada a 17 anos de prisão e apontada como uma das principais articuladoras dos atos antidemocráticos.

Durante o período de mobilização pós-eleição de 2022, Ventura se manteve ativo nas redes sociais e em grupos de apoio a Bolsonaro, administrando canais no Telegram e coordenando arrecadações para o acampamento em Brasília. Em publicações da época, pedia doações para suprir necessidades básicas do local, incluindo caminhões de água, demonstrando o engajamento direto nas atividades do acampamento.