Ex-jogador espanca namorada com 60 socos em elevador

Foram mais de 60 socos desferidos em apenas 35 segundos.

RIO GRANDE DO NORTE — Juliana Garcia dos Santos Soares, 35 anos, sobreviveu a uma cena de terror. Foi espancada brutalmente dentro do elevador de um condomínio de alto padrão, em Ponta Negra, zona sul de Natal (RN), no último sábado (26). O agressor? Seu então namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos.

A sequência de agressões, capturada por uma câmera de segurança, é estarrecedora: mais de 60 socos desferidos em apenas 35 segundos. Juliana tenta se proteger encurralada no canto. Ao final, sai do elevador cambaleando, com o rosto coberto de sangue. Igor, com frieza, apenas ajusta o chinelo e sai logo atrás.

A raiz da violência: controle, ciúme e ameaças

O motivo da briga? Mensagens no celular da vítima, trocadas com um amigo em comum do casal — sem qualquer conotação amorosa.

Segundo Juliana, Igor não gostou do que viu. Jogou o celular dela na piscina. Em seguida, foi até o apartamento dela pegar suas coisas. Ela tentou evitar o confronto, mas ele insistiu. Subiram em elevadores diferentes — e o pior aconteceu.

“Eu não quis sair do elevador porque achei que ele fosse me bater. No corredor, não tem câmeras. Ele queria me convencer a sair. Foi aí que ele disse: ‘você vai morrer’, e começou a me bater sem parar”, relatou Juliana, por mensagem de texto, já que está com a dicção comprometida pelas lesões.

Ela relata que o relacionamento de dois anos foi marcado por “idas e vindas” e sinais anteriores de agressividade.

O desfecho: fraturas e medo

Juliana foi socorrida ao Hospital Walfredo Gurgel, onde recebeu o diagnóstico: fraturas na face e na mandíbula. Ela deve passar por cirurgia nos próximos dias.

A Polícia Civil prendeu Igor Cabral em flagrante, e a Justiça converteu a prisão para preventiva, ou seja, sem prazo para liberação.

O caso está sob responsabilidade da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam). Testemunhas estão sendo ouvidas e imagens estão sendo analisadas para reforçar as provas.

Violência contra a mulher tem rosto, nome e número

Este não é um caso isolado. É mais um entre milhares que acontecem todos os dias no Brasil — muitos sem câmeras, sem denúncia, sem justiça.

É preciso agir.

O que você pode fazer:

  • Se viu, denuncie. Ligue 180 ou procure a delegacia mais próxima.
  • Apoie a vítima, não silencie. Ouvir, acolher e orientar pode salvar vidas.
  • Compartilhe esta história. Ela pode despertar alguém a tempo.

Juliana sobreviveu. Mas quantas não sobrevivem?

Não feche os olhos. Violência doméstica não é problema do casal. É crime. É responsabilidade de todos.