
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta segunda-feira (28) resolução que proíbe o uso de qualquer tipo de anestesia em procedimentos de tatuagem em todo o território nacional. A decisão, que entra em vigor imediatamente, visa proteger a saúde pública após o registro de casos graves, incluindo um óbito ocorrido em Santa Catarina no início deste ano.
De acordo com o presidente do CFM, José Hiran Gallo, a medida busca evitar riscos desnecessários à população. “Não há evidências de segurança que justifiquem o uso de anestésicos em tatuagens estéticas”, afirmou. A resolução estabelece que médicos não poderão realizar sedação, anestesia geral ou bloqueios periféricos para tatuagens, exceto em casos com indicação médica comprovada, como reconstruções de aréola mamária pós-câncer.
O relator da medida, conselheiro federal Diogo Sampaio, alerta para os perigos ocultos da prática. “Ambientes de tatuagem não possuem estrutura para emergências anestésicas. Além disso, a anestesia pode aumentar a absorção de metais pesados presentes nas tintas”, explicou. Estudos citados pelo CFM indicam que componentes como cádmio, níquel e chumbo podem causar toxicidade cumulativa, alergias graves e até potencial carcinogênico quando absorvidos em grandes quantidades.
Para procedimentos médicos excepcionais, a resolução estabelece requisitos rígidos: o ato anestésico deve ocorrer exclusivamente em estabelecimentos de saúde com infraestrutura completa, incluindo equipamentos de suporte vital e equipe treinada para intercorrências. O CFM orienta a população a denunciar qualquer irregularidade através dos canais oficiais do conselho.


