MANAUS, AM — O cantor de forró Diego Damasceno, de 29 anos, foi absolvido nesta quarta-feira (21) pela Justiça do Amazonas da acusação de agressão contra sua ex-companheira, Kaline Milena, de 30 anos. A decisão ocorreu durante audiência de instrução e julgamento realizada em Manaus, após a vítima optar por não confirmar as declarações prestadas anteriormente à polícia.
O caso teve início em 6 de abril, quando Kaline denunciou Diego por agressões físicas durante uma discussão motivada por ciúmes. Ela relatou ter perdido três dentes após ser atingida com socos desferidos pelo cantor enquanto ele dirigia. No entanto, durante a audiência, Kaline apresentou uma carta ao juízo afirmando ter agido “tomada pela raiva” e revelou que ambos estavam alcoolizados na noite do incidente. Ela também declarou não desejar ver Diego preso.
Diante da ausência de confirmação da vítima e da falta de outras provas concretas, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) decidiu não sustentar a acusação. O promotor Davi Santana da Câmara explicou que a legislação requer a ratificação do depoimento da vítima em juízo para dar prosseguimento ao caso. “Como não houve testemunhas e a vítima não se manifestou, não poderíamos criar provas, porque estaríamos agindo contra a lei”, afirmou.
Antes da audiência, Kaline passou por orientações de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais e membros do MP, que esclareceram seus direitos e o impacto da decisão. Mesmo assim, ela manteve a posição de não se pronunciar formalmente.
Com isso, o juiz expediu alvará de soltura para Diego, que havia se entregado à Delegacia da Mulher em 9 de abril e permanecia detido desde então.
A decisão gerou reações diversas nas redes sociais e trouxe à tona um debate sobre os desafios enfrentados pelo sistema de Justiça em casos de violência doméstica, especialmente quando a vítima decide arquivar a denúncia. Especialistas destacam a importância do apoio psicológico e jurídico contínuo às vítimas, para garantir decisões informadas e seguras.
A advogada de Diego, Leiliane Nobrega, comemorou a decisão nas redes sociais, afirmando que “a justiça foi feita” e que “a verdade sempre prevalece”.
O caso de Diego Damasceno evidencia as complexidades legais e emocionais envolvidas em processos de violência doméstica, ressaltando a necessidade de políticas públicas eficazes para proteger as vítimas e assegurar a responsabilização adequada dos agressores.
