Parolin desponta como favorito à sucessão de Francisco

Parolin tornou-se uma das vozes mais respeitadas no Vaticano durante o pontificado de Francisco.

VATICANO — Com a aproximação do conclave que definirá o novo líder da Igreja Católica, o cardeal italiano Pietro Parolin surge como um dos principais candidatos a suceder o Papa Francisco. Atualmente Secretário de Estado do Vaticano, Parolin é reconhecido por sua postura moderada e habilidade diplomática, características que o posicionam como uma figura de consenso entre diferentes correntes dentro da Igreja.

Nascido em 1955 na região de Veneza, Parolin ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1986. Ao longo de sua carreira, atuou em nunciaturas na Nigéria, México e Venezuela, além de ocupar cargos de destaque na Secretaria de Estado. Em 2013, foi nomeado Secretário de Estado pelo Papa Francisco, tornando-se o principal articulador da política externa vaticana.

Durante sua gestão, Parolin esteve à frente de negociações importantes, como a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba e o acordo com a China sobre a nomeação de bispos. Sua atuação é vista como uma extensão das reformas iniciadas por Francisco, buscando modernizar a Igreja sem romper com suas tradições.

Apesar de seu perfil conciliador, Parolin enfrenta críticas de setores conservadores e progressistas. Alguns apontam sua falta de experiência pastoral, já que nunca liderou uma diocese, enquanto outros questionam sua posição sobre temas como o celibato clerical e a inclusão de fiéis LGBTQIA+.

O conclave, que contará com 133 cardeais eleitores de 71 países, será um dos mais diversos da história da Igreja. A escolha do novo papa deverá refletir o equilíbrio entre a continuidade das reformas de Francisco e a necessidade de unidade em meio às divisões internas.

Parolin, com sua vasta experiência diplomática e conhecimento da máquina vaticana, é visto por muitos como a figura capaz de conduzir a Igreja nesse momento de transição. Se eleito, representará uma escolha por estabilidade e diálogo em tempos de desafios complexos para o catolicismo global.