
BRASÍLIA, DF — Em resposta contundente à revista “The Economist”, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou ontem, sábado, uma nota criteriosa. Barroso rebateu a visão da publicação inglesa de que, apesar dos ataques de Bolsonaro à democracia e da grande desinformação, o ministro Alexandre de Moraes comete excessos e o STF possui poder desmedido.
Para Barroso, a matéria da “Economist” ecoa a narrativa dos envolvidos na tentativa de golpe, ignorando a realidade de uma democracia brasileira robusta, alicerçada no Estado de Direito, com mecanismos de freios e contrapesos e irrestrito respeito aos direitos fundamentais. Ele enfatizou que foi a atuação firme e independente do Judiciário, incluindo o STF, que impediu o colapso institucional diante das ameaças concretas à democracia, como a invasão dos Três Poderes, a tentativa de atentado terrorista no aeroporto de Brasília e o plano de assassinato de Lula e Alckmin.
Barroso esclareceu que o julgamento de altas autoridades por turmas do STF segue a regra processual vigente, e não o plenário. Ele argumentou que alterar essa norma seria a exceção, e que a hostilidade de um réu contra o tribunal não pode ser critério de suspeição, sob pena de inviabilizar qualquer julgamento. Defendeu a atuação de Moraes, afirmando que ele age com coragem e empenho, com o respaldo de todo o STF.
Sobre a crítica às decisões monocráticas, Barroso pontuou que estas foram posteriormente ratificadas pelo colegiado. Em relação à suspensão do X (antigo Twitter), esclareceu que ocorreu devido à ausência de representação legal no Brasil, e não por conteúdo específico, sendo restabelecido após a regularização.
Em suma, a nota de Barroso contrapõe a análise da “Economist”, reafirmando a solidez da democracia brasileira e a legitimidade da atuação do STF na defesa das instituições.


