
ROMA, ITÁLIA — Em entrevista ao Corriere Della Sera, o cirurgião Sergio Alfieri, responsável pelo tratamento do Papa Francisco no Hospital Gemelli, revelou que a equipe médica considerou interromper os procedimentos durante o momento mais crítico da internação, em 28 de fevereiro. Na ocasião, o pontífice, de 86 anos, sofreu uma grave crise respiratória com vômitos que o colocou em risco de morte súbita.
“Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou tentar todas as terapias possíveis, arriscando danos a outros órgãos”, disse Alfieri. O médico descreveu a cena como “terrível”, com membros da equipe visivelmente emocionados. Apesar da gravidade, Francisco permaneceu consciente durante todo o episódio. A decisão de continuar o tratamento foi tomada após consulta a Massimiliano Strappetti, médico pessoal do Papa, que insistiu: “Tente de tudo, não desista”.
O pontífice recebeu alta após 38 dias de internação por pneumonia bilateral, mas segue em recuperação. O Vaticano informou que ele realiza fisioterapia respiratória para restabelecer plenamente a fala e a respiração. Sua agenda permanece reduzida: cancelou a audiência geral desta quarta-feira (26) e provavelmente não participará do Angelus no domingo (30).
Desde o retorno à Casa Santa Marta, Francisco limita-se a celebrar missas privadas e receber colaboradores próximos. Sua única aparição pública desde a hospitalização foi no último domingo, quando, ainda visivelmente frágil, cumprimentou fiéis da varanda do Gemelli. A equipe médica não estimou quando o Papa retomará suas atividades normais.