Chile declara emergência e toque de recolher após apagão que afeta 19 milhões

Usinas hidrelétricas foram acionadas para restabelecer o fornecimento, e algumas cidades já começaram a receber energia novamente.

CHILE — O Chile enfrenta uma crise sem precedentes após um apagão generalizado que atingiu grande parte do país desde a tarde desta terça-feira (25). O colapso no sistema elétrico, causado por uma desconexão no norte do país às 15h16 (horário local), deixou cerca de 19 milhões de pessoas sem energia, incluindo moradores da capital Santiago. Diante do caos gerado pela falta de luz, o governo declarou estado de emergência e impôs um toque de recolher entre 22h e 6h para garantir a segurança pública.

A interrupção no fornecimento de energia provocou transtornos em diversas áreas. Em Santiago, o metrô suspendeu completamente suas operações, afetando mais de 2 milhões de passageiros diários. O trânsito nas cidades ficou congestionado devido à ausência de semáforos funcionais, enquanto hospitais precisaram transferir pacientes para unidades com geradores próprios. Escolas suspenderam as aulas e o serviço de telefonia móvel apresentou instabilidade em algumas regiões.

Embora o Aeroporto Internacional de Santiago tenha mantido suas operações utilizando geradores internos, a Latam Airlines informou que alguns voos podem ser impactados. A situação também afetou áreas turísticas como Valparaíso e interrompeu operações em importantes minas de cobre. A Escondida, maior mineradora do setor, e a estatal Codelco relataram que suas atividades foram paralisadas devido à falta de eletricidade.

Segundo Ernesto Huber, chefe do Coordenador Nacional de Eletricidade do Chile (CEN), usinas hidrelétricas foram acionadas para restabelecer o fornecimento, e algumas cidades já começaram a receber energia novamente. No entanto, o governo não estipulou um prazo exato para a normalização completa do sistema. Até o momento, autoridades descartam a possibilidade de um ataque externo como causa do apagão, mas investigações continuam para determinar o motivo exato da falha.

Enquanto isso, a população enfrenta desafios cotidianos em meio ao cenário de incerteza. Com serviços essenciais comprometidos, o governo busca minimizar os impactos da crise, reforçando medidas de segurança e prometendo agilidade na retomada da infraestrutura energética.