Cantora Adele pede R$ 6 milhões ao compositor brasileiro por acusação de plágio

A Justiça carioca determinou em dezembro que a música de Adele tivesse a reprodução suspensa em plataformas digitais.

Na última terça-feira (7), os advogados da cantora britânica Adele e da Universal Music recorreram à Justiça do Rio de Janeiro solicitando R$ 6 milhões ao músico Toninho Geraes. A ação visa cobrir possíveis prejuízos resultantes de uma decisão liminar que exigiu a retirada da música “Million Years Ago” de plataformas digitais, após acusação de plágio da composição “Mulheres”.

Em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão da reprodução de “Million Years Ago” em todas as plataformas digitais, após o juiz Victor Agustin Jaccoud Diz Torres, da 6ª Vara Empresarial da Capital, considerar a música de Adele um plágio de “Mulheres”. A decisão baseou-se em análises técnicas de ondas sonoras, sobreposição melódica, e pareceres de especialistas. Além disso, o juiz escutou ambas as composições, confirmando semelhanças significativas.

“Mulheres”, composta por Toninho Geraes, ganhou notoriedade ao ser interpretada por Martinho da Vila na década de 1990. Já “Million Years Ago”, de Adele, foi lançada em 2015. A ordem judicial exige a remoção da canção de Adele de plataformas como YouTube, Spotify e Deezer, sob pena de multa diária de R$ 50.000 em caso de descumprimento.

Em 2021, a defesa de Geraes notificou Adele, seu compositor e as gravadoras sem obter resposta, o que levou à coleta de provas para sustentar a ação judicial. Toninho Geraes busca indenização por danos morais, além de direitos autorais retroativos e juros desde o lançamento da música de Adele.

O advogado de Toninho, Fredímio Biasotto Trotta, criticou o pedido feito pela Universal Music, alegando que a gravadora não demonstrou ter autorização para representar Adele. Trotta sugeriu que Adele “pode nem estar a par desse pedido”. Ele também entrou com uma ação na quarta-feira (8), alegando má-fé por parte da Universal Music, e destacando a improcedência do pedido de caução devido à alta probabilidade de direito reconhecida pela liminar.

Além disso, Trotta levantou suspeitas sobre a autenticidade das assinaturas em documentos apresentados pela defesa de Adele, mencionando sinais de adulteração em procurações e a ausência da cantora em uma reunião de conciliação.

A Universal Music, ao solicitar R$ 1 milhão, segundo Trotta, estaria criando uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção das procurações irregulares e tentar inverter a situação judicial, visando invalidar a liminar por falta de cumprimento de caução.