Crianças em Gaza sofrem com falta de comida, água e acesso à educação em meio ao conflito

Alerta é do porta-voz do Unicef na região, Jonathan Crickx.

FAIXA DE GAZA — A grave crise humanitária na Faixa de Gaza, exacerbada pelo conflito em curso, tem impacto devastador nas crianças. Segundo o Unicef, mais de 700 mil menores vivem em condições precárias, sem acesso a água potável, alimentos suficientes ou cuidados médicos adequados. A escassez de infraestrutura essencial agrava a situação, com apenas 16 dos 36 hospitais da região operando e 85% das escolas danificadas ou destruídas.

O porta-voz do Unicef, Jonathan Crickx, revelou que, além dos 11 mil jovens mortos desde o início do conflito, há milhares de crianças feridas e doentes sem tratamento, especialmente aquelas com câncer. A ausência de saneamento básico em áreas densamente povoadas aumenta o risco de surtos de doenças como diarreia e poliomielite. Para mitigar a falta de educação, a agência estabeleceu espaços temporários de aprendizagem, mas esses atendem apenas a uma fração da demanda.

Além da carência de infraestrutura e recursos, Crickx destacou a necessidade urgente de apoio à saúde mental, dado o trauma que as crianças enfrentam. A Unicef e outras organizações humanitárias reforçam a necessidade de cessar-fogo ou, ao menos, pausas humanitárias para permitir a assistência às crianças em grande escala.

O conflito, que se intensificou após um ataque do Hamas a Israel em outubro do ano passado, já causou a morte de mais de 41 mil pessoas e desalojou quase dois milhões. A situação das crianças em Gaza, sem perspectivas de alívio imediato, reflete a urgência de uma solução humanitária.