BRASIL — Nesta quarta-feira (18), um indígena da etnia Guarani Kaiowá foi morto a tiros durante um confronto com a Polícia Militar na Fazenda Barra, localizada na Terra Indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, Mato Grosso do Sul. A área é marcada por intensos conflitos entre fazendeiros e indígenas, que reivindicam a retomada de suas terras tradicionais.
A vítima, identificada como Neri Guarani Kaiowá, 22, foi atingida durante uma operação policial na região, que já havia registrado outros episódios de violência. Testemunhas afirmaram que, além de Neri, uma mulher também foi ferida pelos disparos. A ação gerou revolta entre os indígenas, que denunciam a destruição de barracos montados pela comunidade como parte da retomada das terras.
Desde a madrugada, a tensão entre indígenas e policiais vinha aumentando. A comunidade Guarani Kaiowá enfrenta resistência por parte de fazendeiros e da polícia na luta pela demarcação de suas terras ancestrais. A violência desta quarta-feira acontece apenas uma semana após outro confronto na mesma região, em que três indígenas foram baleados, incluindo Juliana Gomes, que segue internada após ser atingida no joelho.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou a morte de Neri e condenou a ação policial, solicitando providências ao juiz responsável pelo caso e uma investigação sobre a atuação da PM na área.
Os Guarani Kaiowá, que há décadas lutam pela demarcação de suas terras, vivem uma realidade de conflito constante, envolvendo disputas com fazendeiros e repressão policial. A morte de Neri agrava a situação, reforçando o apelo de lideranças indígenas por uma solução pacífica e definitiva para o impasse.