A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) iniciou por Parintins, a 369 km de Manaus, a implementação do processo de regionalização da saúde. Trata-se da estruturação dos municípios-polos, aqueles que recebem pacientes também das cidades do entorno, para ampliar a oferta e a resolutividade de ações e serviços de saúde especializados, reduzindo o deslocamento do usuário para a capital. O projeto-piloto será desenvolvido em Parintins, município que atende as demandas da região do Baixo Amazonas e Oeste do Pará.
A expectativa, conforme explica o secretário estadual de Saúde, Orestes Guimarães de Melo Filho, é estender para os outros municípios que tenham o mesmo perfil. “O desenho regional está estabelecido e os municípios-polos identificados. Vamos reforçar o suporte, iniciando por Parintins, com investimentos em estrutura, equipamento e pessoal, para que consigam, de forma efetiva, garantir o acesso da população a diferentes ações e serviços de saúde”, afirmou.
De acordo com a secretária executiva adjunta de Atenção Especializada do Interior, da Susam, Edylene Pereira, a operacionalização do processo de regionalização do sistema de saúde em Parintins será realizada em três etapas. A primeira e a segunda, que já estão em andamento, são referentes às melhorias a serem feitas nas instalações físicas e o reequipamento dos hospitais Jofre Cohen e Padre Colombo. A Susam fez o levantamento das principais necessidades das unidades e os recursos serão viabilizados através de convênio já assinado entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Parintins. “O município vai receber os recursos e ficará responsável por aplicá-los nas obras nas unidades de saúde e na aquisição de equipamentos”, detalhou.
A terceira etapa é relacionada à contratação de profissionais especializados. Edylene Pereira ressaltou que está sendo feito um estudo para identificar as necessidades da região. “Estamos identificando as principais causas de morbidade e internação, além da demanda reprimida, para poder definir as especialidades necessárias e os profissionais a serem contratados. Dessa forma, o município amplia a oferta, possibilitando que o paciente possa ser assistido o mais próximo de casa, reduzindo também os custos com remoção para a capital. O deslocamento de um paciente entre Parintins e Manaus custa em torno de R$ 12,5 mil”, exemplificou.
Traçando estratégias – A secretária do Interior destaca que a regionalização da saúde é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e já vem sendo discutida há algum tempo no Amazonas, mas até hoje não se concretizou, devido à complexidade geográfica do Estado, entre outros fatores. A atual administração retomou o tema e já está traçando as estratégias para que possa funcionar efetivamente, a partir de 2019.
O prazo para ampliação do sistema para os outros municípios com esse perfil, dependerá dos resultados a serem alcançados no projeto-piloto e a necessidade ou não de adequações. “Vamos observar como se comporta essa estrutura para o Baixo Amazonas e depois, concomitantemente, levar para outras regiões”, revelou, destacando que também é objetivo da atual gestão, o fortalecimento da atenção primária nos municípios. “Precisamos que a atenção primária seja mais resolutiva, para que as pessoas não precisem vir a Manaus realizar exames simples e consultas, como acontece hoje. Os municípios precisam se organizar e o Estado entrará como parceiro, para ampliar e qualificar a cobertura assistencial de saúde”, reforçou.