
MANAUS – A descida do Rio Negro se intensificou durante o último fim de semana, com um registro de 24 centímetros a menos nesta segunda-feira (26), marcando a cota de 21 metros e 24 centímetros. Este é o maior nível de descida desde o início da vazante, que começou em junho. Em comparação, na mesma data em 2023, o rio alcançava 24 metros e 45 centímetros, o que significa que atualmente está 3 metros e 21 centímetros abaixo do nível do ano passado.
Na última sexta-feira (23), o rio havia atingido a cota de 21 metros e 93 centímetros, e os dados do Porto de Manaus indicam que a tendência de descida tem se acentuado. Segundo a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB), há uma probabilidade de 16% de que o Rio Negro fique abaixo da mínima histórica de 12 metros e 70 centímetros.
Além disso, a CPRM-SGB também alertou sobre a possibilidade de 65% de chance de o Rio Solimões atingir a menor cota já observada em Tabatinga (AM), que é de -86 centímetros, registrada em 2010. André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA), destacou que a magnitude real da vazante dependerá da duração das descidas e do atraso no período chuvoso.
Desde o início da vazante, o Rio Negro já baixou 5 metros e 61 centímetros. Martinelli afirmou que “já temos uma seca extrema estabelecida na região do Alto Solimões”, enquanto no Médio Solimões até Manaus, as cotas ainda não causaram transtornos, mas a tendência é que isso ocorra em breve.
O Boletim de Estiagem, divulgado no domingo (25), revelou que a estiagem já afeta 71.925 famílias, totalizando 287.701 pessoas. Vinte municípios estão em estado de emergência, incluindo Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, entre outros. As demais 42 cidades da região permanecem em situação normal, mas a preocupação com a continuidade da seca e seus impactos sociais e ambientais é crescente.


