FHAJ realiza procedimento inovador para câncer de próstata

O Rezum utiliza vapor de água para remover o tecido prostático que obstrui a uretra e afeta o fluxo urinário.

MANAUS — A Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), vinculada à Secretaria de Saúde (SES-AM), realizou pela primeira vez no Amazonas um procedimento cirúrgico, conhecido como “Rezum”, voltado a pacientes que estão realizando tratamento de câncer de próstata. Segundo o diretor-presidente da FHAJ, o médico Ayllon Menezes, a técnica inovadora foi realizada em um paciente de 67 anos que faz tratamento na unidade.

Menezes explicou que o Rezum é um tratamento que envolve a inserção de uma sonda na uretra do paciente e a aplicação de vapor diretamente no tecido prostático. De acordo com Menezes, o tratamento traz várias vantagens, é minimamente invasivo e tem eficácia comprovada para preservar a função sexual e sem riscos de sangramento.

“Esse tipo de procedimento na FHAJ pode oferecer várias vantagens para os nossos usuários que recorrem ao SUS, incluindo menor risco de complicações, menor tempo de recuperação, preservação sexual e menos efeitos colaterais em comparação com outros tratamentos”, pontuou.

A técnica existe nos Estados Unidos há sete anos e vem sendo aplicada no Brasil desde o segundo semestre de 2023, em um hospital particular do interior de São Paulo. De acordo com o médico urologista Ítalo Cortez, o procedimento é feito por meio de equipamentos que ainda não estão disponíveis para todos os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, já existe um trâmite entre a FHAJ e a SES-AM, para avaliação da possibilidade de aquisição dos equipamentos.

“A direção da Fundação, junto com a Secretaria de Saúde, irá avaliar a possibilidade de comprar algumas unidades para o hospital. É um método inovador que preserva a ejaculação do paciente, não envolve corte, o paciente não precisa ficar internado, mas recebe acompanhamento do urologista durante o processo pós-cirúrgico”, explica o profissional.

Técnica Rezum

O Rezum é um procedimento minimamente invasivo, desenvolvido para tratar hiperplasia prostática benigna, uma condição comum em homens mais velhos, na qual o aumento do tamanho da próstata causa sintomas urinários incômodos.

A intervenção, utilizada com recurso de sedação ou anestesia local, fornece doses controladas direcionadas para o tecido prostático. A energia do vapor de água é transferida para as células mortas e eliminadas pelo organismo, reduzindo o tamanho deste órgão. Desta forma, há uma diminuição de queixas urinárias habituais nestes casos.

A novidade realizada na FHAJ, pode ajudar a lidar com longas filas de pacientes que aguardam cirurgias pelo SUS, pois é um procedimento simples e rápido, durante em médica de 15 a 30 minutos.