As forças de segurança que trabalham para normalizar a situação no Rio Grande do Norte divulgaram na noite desta sexta-feira (17) que 100 suspeitos foram presos, sendo 18 da Operação Normandia. Hoje foi o quarto dia que os ataques estão ocorrendo no estado.
Segundo os dados, dos 100 suspeitos presos, dois são adolescentes, 10 são foragidos da Justiça recapturados, um foi detido tornozelado com arma de fogo e um tornozelado com galão de gasolina.
Os policiais também conseguiram apreender 28 armas de fogo, 4 simulacros de arma de fogo, 87 artefatos explosivos, 23 galões de gasolina, 10 motos, dois carros, dinheiro, entorpecentes, munições e produtos furtados.
Os ataques, que queimam prédios públicos, comércios e veículos, estão ocorrendo mesmo após a chegada de mais de 100 homens da Força Nacional enviadas pelo ministério da Justiça para reforçar a segurança no estado.
Cerca de 40 cidades do estado já sofreram atentados criminosos. Bandidos queimaram e atiraram em comércios, prédios públicos, veículos e bases da Polícia Militar.
O Ministério da Justiça e o governo do estado descobriram que duas organizações criminosas rivais se aliaram para praticar ataques no Rio Grande do Norte. As facções fizeram uma trégua temporária para causar terror e cometer crimes na região.
Segundo o governo federal, facções se uniram porque não aceitaram a transferência de chefes do Sindicato do Crime – principal organização criminosa do Rio Grande do Norte – para fora do estado, em janeiro deste ano. O governo já se preparava para uma possível retaliação.
O PCC (Primeiro Comando da Capital) tem brigado com o Sindicato do Crime para comandar as rotas internacionais de cocaína para a Europa a partir do estado nordestino. A organização, que surgiu em presídios de São Paulo, encontrou uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições dos presídios.
Familiares se reuniram e fecharam rodovias como forma de protesto para que as demandas do PCC fossem atendidas. A governadora Fátima Bezerra relatou que iria pedir uma investigação para saber se os presos estavam recebendo comida estragada e sofrendo torturas.
Facções se juntaram após anos de rompimento
O PCC e o Sindicato do Crime romperam em 2017 após se enfrentarem dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz. Na época, 27 pessoas foram assassinadas. O episódio é considerado o maior e mais violento da história do Rio Grande do Norte.
A relação entre as duas facções era muito diferente antes do confronto. De 2012, quando nasceu o Sindicato do Crime, até 2016, as organizações dialogavam e tinham acordos para que não ocorressem guerras entre elas.