Alec Baldwin, o ator que atirou fatalmente na diretora de fotografia Halyna Hutchins durante um ensaio para o filme de faroeste “Rust”, em 2021, foi acusado de homicídio involuntário – um crime semelhante ao de “homicídio culposo”, na legislação brasileira –, disseram os promotores nesta quinta-feira (19).
Baldwin afirmou que não sabia que a arma que disparou no set continha uma bala de verdade.
Baldwin e a armeira Hannah Gutierrez-Reed serão acusados cada um de duas acusações de homicídio involuntário, disseram os promotores.
Os promotores disseram nesta quinta pela manhã que estavam prontos para anunciar se seriam apresentadas acusações criminais sobre o disparo fatal contra uma diretora de fotografia em 2021 que envolveu o ator Alec Baldwin e outros membros da produção do filme.
Mary Carmack-Altwies, promotora distrital do primeiro distrito judicial do Novo México, e a promotora especial Andrea Reeb divulgaram sua decisão em um comunicado por escrito, de acordo com o escritório de Carmack-Altwies.
O baleamento de dois membros da equipe de filmagem por Baldwin durante um ensaio do filme de faroeste “Rust” no Novo México em outubro de 2021 resultou em um turbilhão de acusações e alegações de negligência dos envolvidos.
A diretora de fotografia Halyna Hutchins foi atingida e morta por um tiro de munição real disparado de uma arma de propulsão segurada por Baldwin, que afirma não ter puxado o gatilho da arma. O diretor Joel Souza também ficou ferido.
No resumo da investigação sobre a morte de Hutchins – que foi formalmente assinada pelo investigador médico-chefe do Novo México – a causa da morte é listada como “ferimento à bala no peito” e a forma da morte é listada como “acidente”.
“A revisão dos relatórios de aplicação da lei disponíveis não mostrou nenhuma demonstração convincente de que a arma de fogo foi intencionalmente carregada com munição real no set. Com base em todas as informações disponíveis, incluindo a ausência de intenção óbvia de causar danos ou a morte, a forma de morte é melhor classificada como acidente”, concluiu o relatório.
Um relatório forense do FBI disse que a arma não poderia ser disparada durante o teste do FBI de seu funcionamento normal sem puxar o gatilho enquanto a arma estava engatilhada.
O relatório também observou que a arma acabou apresentando mau funcionamento durante o teste depois que as peças internas fraturaram, o que fez com que a arma disparasse na posição engatilhada sem puxar o gatilho.
Em entrevista à CNN em agosto, Baldwin atribuiu a responsabilidade pela tragédia a Hannah Gutierrez Reed, que atuou como armeira e assistente de adereços no filme, e ao assistente de direção Dave Halls, que lhe entregou a arma.
Em novembro, Baldwin entrou com uma ação contra os dois e outros indivíduos associados ao filme, de acordo com uma denúncia obtida pela CNN.
Por meio de seus respectivos advogados, Gutierrez Reed e Halls afirmaram que não tiveram culpa e acusaram Baldwin de desviar a culpa para outros.
Gutierrez Reed também processou o fornecedor de armas e munições do filme e seu fundador – que negam irregularidades – e alegou que um esconderijo de munição falsa foi vendido com balas reais misturadas.
Em outubro, a família de Hutchins chegou a um acordo não revelado em um processo de homicídio culposo movido contra Baldwin e outros envolvidos na produção do filme.
Matthew Hutchins, viúvo de Halyna Hutchins, descreveu sua morte como um “terrível acidente” em um comunicado na época do acordo.
A produção de “Rust” deveria ser retomada neste mês, com Matthew Hutchins se juntando como produtor executivo do filme como parte do acordo.
(CNN Brasil)