
MANAUS — A velha sentença “trair e coçar é só começar” se confirma na política do Amazonas, onde o senador Eduardo Braga, apesar de filiado ao MDB, anunciou a intenção de apoiar Lula (PT) já no primeiro turno, abandonando a candidatura de Simone Tebet, do seu próprio partido.
Lula parecia contar com a traição a Tebet, como ocorreu primeiro em 2006, quando, então governador, ele deu as costas ao partido para apoiar o petista.
O senador já foi acusado outras vezes de trair aliados e aqueles que o ajudaram a conquistar mandatos.
A traição a Simone Tebet fez lembrar a declaração célebre do ex-governador do Amazonas José Melo, para quem “se Eduardo Braga fosse um vírus, ele seria a covid-19”, segundo afirmou em entrevista à Rádio Tiradentes.
“Se Eduardo Braga fosse um vírus, ele seria a covid-19”
José Melo, ex-governador do Amazonas
O desabafo de Melo foi mais além: “Me considero uma vítima de alguém que eu confiei e que o povo do Amazonas sempre confiou, mas que eu espero que não confia mais”, afirmou, referindo-se a Eduardo Braga
Braga não está sozinho na traição a Tebet no MDB.
Para justificar o próprio gesto de colocar os interesses partidária em segundo plano, o líder do MDB no Senado diz que em nove estados o palanque do MDB será do petista condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Os estados onde Tebet não poderá contar com seu próprio partido, de acordo com Braga, são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, , Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A direção nacional do MDB afirma apoiar a candidatura de Tebet, mas não se conhecem iniciativas do presidente nacional, deputado Baleia Rossi (SP), para conter a traição que se generaliza.
“Em todos os estados, Simone tem apoios importantes de todos os partidos que integram o centro democrático”, afirmou Baleia recentemente, com a convicção de quem acredita em duendes. “Muitos vão fazer palanques duplos pela composição regionais”, completou.