RIO DE JANEIRO, RJ — A Justiça do Rio concedeu, na noite desta quarta-feira (4), liberdade condicional a Adriano dos Santos Rodrigues. O filho biológico da ex-deputada federal Flordelis foi condenado pelo Tribunal do Júri, no dia 13 de abril, a 4 anos e seis meses de prisão por uso de documento falso e associação criminosa armada que atrapalharam as investigações da morte do pastor Anderson. O mandado que autoriza o benefício foi expedido neste quinta-feira (5).
Ainda não há informações de quando Adriano deixará o presídio Romeiro Neto, no município de Magé, na Baixada Fluminense, onde está preso há um ano e oito meses por envolvimento na morte do padrasto. Junto com o ex-policial militar Flávio Siqueira e sua esposa, Andrea Santos, ele foi condenado por conta de uma carta forjada na cadeia, em que seu irmão Lucas Cézar assume a culpa pelo homicídio e atribui ao irmão afetivo Misael o mando do crime.
O documento foi considerado falso durante as investigações. Em liberdade condicional, Adriano deve apenas obter ocupação lícita, comunicar eventual mudança de endereço, não se ausentar do estado sem autorização judicial. Ele também fica proibido de deixar a comarca, por prazo maior do que cinco dias, sem autorização prévia.
Na última segunda-feira (2), Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo da pastora, deixou o presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, com o mesmo benefício. Carlos Ubiraci estava preso desde agosto de 2020. Ele vai ficar em liberdade condicional até a extinção de sua pena, dentro de seis meses, e não precisará usar tornozeleira eletrônica, devendo apenas se apresentar, periodicamente, à Justiça.
Na hierarquia familiar, depois de Anderson e Flordelis, era ele quem tinha maior influência e poder, conforme depoimentos prestados em juízo. No último dia 13, ele foi absolvido do homicídio triplamente qualificado e de tentativa de homicídio contra o pastor, mas acabou condenado pelo crime de associação criminosa armada. A sentença estabeleceu que Carlos Ubiraci cumprisse dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto.
A ex-parlamentar, sua filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues; sua neta, Rayane dos Santos de Oliveira; além dos filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Marzy Teixeira da Silva, passariam pelo júri popular no dia 9 de maio, mas a sessão foi adiada para o dia 6 de junho, pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.
A magistrada alegou que não há tempo hábil para a juntada de todos os laudos exigidos pelas defesas dos réus. Entre eles, está a avaliação psiquiátrica pela qual Flordelis, Marzy e Rayane passaram, autorizada por Nearis.