Com o tema “Políticas públicas da educação: o ecoar das vozes do campo”, a Prefeitura de Manaus realizou nesta sexta-feira, 19/7, a 4ª edição do Fórum Municipal da Educação do Campo, Águas e Florestas. O encontro foi organizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) e ocorreu na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), no conjunto Vila Amazonas, bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul, e contou com a presença dos delegados eleitos nos pré-fóruns realizados em todas as escolas da Divisão Distrital Zonal (DDZ) rural da capital.
A abertura do evento contou com a apresentação cultural de diversos grupos de música das escolas rurais, com canções que lembram a importância do trabalho voltado para o campo, que sugere a preservação e conservação do meio ambiente.
Posteriormente, foram abordados os eixos temáticos: Proposta Pedagógica Curricular diferenciada, Turmas Multisseriadas, Infraestrutura das Escolas e Projeto de Educação Itinerante.
A subsecretária de Gestão Educacional, Euzeni Araújo, que representou a secretária, Kátia Schweickardt, disse que o fórum busca trabalhar uma questão específica na educação municipal. “Quando eu falo em pensar nessa especificidade, falo também da nossa missão primeira, que é garantir o direito de aprendizagem dos nossos 240 mil estudantes, como nos determina o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. E quando se diz garantir esse direito, pensamos o papel específico da educação e do nosso papel enquanto educadores”, comentou.
Por conta disso, ela acrescentou que a secretaria tem uma equipe que trabalha junto, discute e coopera com a discussão nos fóruns. “Por isso é muito importante a participação dos pais, alunos e professores”, acrescentou a subsecretária.
A assessora pedagógica da Divisão de Ensino Fundamental (DEF) e componente do Grupo de Trabalho de Educação do Campo, Waldileia Cardoso, foi uma das pioneiras no trabalho com esse tema. Ela conta que a ideia de iniciar esse trabalho surgiu ainda em 2015, quando a secretaria aderiu ao programa da Escola da Terra, que formava professores especificamente para escolas multisseriadas.
“Daí começou a se discutir o conceito de educação do campo dentro da Secretaria. Formamos o comitê em 2015 com abrangência de todos os setores. O fórum é uma forma de escutar o professor, comunitário, estudante que está na escola para podermos pensar uma política mais verdadeira”, pontuou.
A partir disso, ela fez o mestrado e agora o doutorado voltado para o tema. Ela considera que os avanços que Manaus fizeram neste campo de estudo são significativos, inclusive em relação a outras secretarias municipais.
“A partir do fórum avançamos em relação à questão da organização das multisseriadas para que não haja impacto negativo, temos as diretrizes da educação do campo (únicas entre municípios), o diário multiseriado, a organização do calendário”, disse.
Todos esses temas debatidos surgem a partir da realização dos Pré-Fóruns que aconteceram em todas as escolas da área rural, com o objetivo de pensar, refletir, debater sobre a realidade das escolas/educação a partir de eixos orientadores.
A chefe da DDZ Rural, Edilene Ferreira, também considera uma iniciativa muito positiva. “É importante porque nós estamos discutindo a educação do campo e hoje temos os delegados que podem ser alunos, pais, diretores e comunitários”, enfatizou.
A intenção é que, após todas as discussões, a proposta curricular sobre as peculiaridades da Educação no Campo, Águas e Florestas em Manaus seja apresentada até 2020.