O interesse da Volkswagen na compra de créditos de carbono, num montante de 50 milhões de euros, para alavancar o desenvolvimento sustentável do Amazonas, foi um dos assuntos em pauta, na última sexta-feira (12), na visita do embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, ao presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antonio Silva, na sede da FIEAM.
“Viemos obter uma avaliação do trabalho do Fundo Amazônia aqui na região, mas também viemos falar sobre as companhias alemãs que querem fazer mais pelo meio ambiente. A Volkswagen, por exemplo, está considerando investir 50 milhões de euros na compra de créditos da indústria de carbono aqui”, disse o embaixador.
De acordo com Antonio Silva, o Brasil todo está parado, mas há uma esperança de mudança nas perspectivas para a região, com a vinda do ministro da Economia, Paulo Guedes, que está prevista para o dia 25, para presidir a primeira reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS). “Esperamos que ele venha e conheça melhor o modelo Zona Franca de Manaus, e aproveite para liberar os mais de 100 projetos de implantação parados desde a última reunião do CAS, realizada em novembro de 2018”, disse Antonio Silva.
Silva disse estar preocupado com o desemprego no Polo Industrial de Manaus, que chegou a empregar 132 mil pessoas, e hoje emprega apenas 84 mil. “Onde estão essas pessoas que saíram do PIM? Muitas estão sem emprego até hoje e algumas, sem opção, acabam sucumbindo ao crime organizado que avança em nossa cidade”, frisa o presidente da FIEAM.
Para o embaixador, essa realidade é preocupante. É preciso manter o PIM e a ZFM, porque sem eles o estado vai cair em uma crise terrível e o desmatamento irá aumentar cada vez mais, já que não terão outros meios para sustentar o estado.
Há duas soluções para que a floresta amazônica seja mantida intacta, de acordo com Antonio Silva, uma é tempo – “tempo para que a ZFM mude sua matriz” – e, a mais importante, segundo ele, o apoio de países como a Alemanha e de outros países da União Europeia para manter o faturamento de aproximadamente 25 bilhões para o estado.
“Nós temos muitas riquezas aqui no Amazonas. A nossa riqueza mineral é avaliada em bilhões ou até mesmo trilhões de dólares. Mas não queremos destruir nada, queremos parcerias que transformem de maneira sustentável essas riquezas. Para que essa floresta continue em pé precisamos de tempo para fazer essa transição. Para isso precisamos que a ZFM fique mais um tempo. A Amazônia, todo mundo sabe, é importante para o mundo, então estamos precisando da ajuda do mundo agora”, esclareceu Antonio Silva.
*Com informações da assessoria