Algumas unidades de ensino ficaram sem aula na manhã desta terça-feira (16), na capital. Na Escola Estadual Brasileiro Pedro Silvestre nem todos os professores compareceram para dar aula. Segundo o Sinteam, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas, há paralisação, também, no interior do estado.
A classe pede reajuste de 15% – a contraproposta do governo é de 3,93%. Sem acordo, professores foram às ruas na segunda-feira (15) para oficializar a greve.
São duas frentes, da mesma classe, que batalham pelo reajuste. O Sinteam, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas, e a Asprom Sindical, que é o Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus. Ambos pedem o mesmo valor de reajuste.
A reportagem da Rede Amazônica esteve na Escola Estadual Estelita Tapajós, no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. Alunos reclamaram. “Fica difícil porque dizem que vai ter [aula], mas chega aqui não tem nada”, disse o estudante Victor Paes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas ainda não sabe ao certo quantas escolas estão sendo afetadas pela greve. Nesta manhã, nenhum ato público será feito, apenas algumas ações nas escolas na tentativa de convencer os professores que não aderiram à paralisação.
A Justiça do Amazonas decretou que a greve é ilegal e estipulou para cada dia de paralisação uma multa de R$ 20 mil.
O diretor de finanças do Sinteam, Cleber Ferreira, disse que o sindicato ainda não foi notificado e que deve recorrer quando isso ocorrer.
A Asprom Sindical anunciou que o grupo tem a pretensão de atingir a paralisação de 70% dos trabalhadores da área.
De acordo com o Sinteam, há relatos da greve em 29 cidades:
- Nhamundá
- Boa Vista do Ramos
- Eirunepé
- Manicoré
- Fonte Boa
- Manacapuru
- Tefé
- Nova Olinda do Norte
- Maués
- Coari
- Humaitá
- São Paulo de Olivença
- Itapiranga
- Itacoatiara
- São Gabriel da Cachoeira
- Codajás
- Juruá
- Benjamin Constant
- Boca do Acre
- Parintins
- Tabatinga
- Barreirinha
- Santa Isabel do Rio Negro
- Urucurituba
- Anamã
- Urucará
- Novo Aripuanã
- Alvarães
- Além de Manaus
Em nota oficial, a Secretaria de Educação reafirma que se mantém aberta ao diálogo com a classe e reforça o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impede a oferta de um percentual que ultrapasse a data-base. Leia na íntegra:
“A decisão da Justiça, que atende um pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE) em relação ao indicativo de greve dos sindicatos, tem como objetivo assegurar o funcionamento da rede estadual de ensino e não prejudicar os 420 mil alunos que hoje são atendidos pela rede. Vale ressaltar que Governo do Amazonas, que em janeiro honrou o pagamento 9,38% da data-base de 2016, tem se mantido aberto ao diálogo com os representantes das categorias para apresentar as propostas e possibilidades do Estado em relação às reivindicações dos trabalhadores da educação e já assegurou o pagamento da data-base em percentual de 3,93%, como fez com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e delegados de Polícia Civil.
Todas essas categorias receberão em relação a 2019 a reposição salarial, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impede a oferta de percentuais maiores na data-base. Para os trabalhadores da educação, além do cumprimento da data-base, o Estado apresentou a proposta de pagamento das progressões horizontais por tempo de serviço, garantindo mais 2% de reajuste para 22 mil profissionais da educação. Além disso, propôs o pagamento das progressões verticais por qualificação que podem representar ganhos de 12%, 50% e 55%. As duas propostas foram apresentadas como uma alternativa para garantir ganhos reais aos servidores da educação.”
Por G1